Por Diêgo Sales, no twitter
O nome da festa vem do lugar onde ela acontece, a ilha de Parintins, às margens do rio Amazonas a 420km de Manaus. Parintins, também conhecida como “ilha da magia”, respira arte e cultura. A cidade é responsável por exportar para o Brasil diversos artistas e tecnologia artística.
O Festival Folclórico de Parintins é marcado pela diversidade da cultura brasileira, sobretudo a nortista, havendo como base elementos das culturas indígena, africana e européia. A festa é Patrimônio Cultural do Brasil.
O Festival ocorre na última semana do mês de junho. São três noites de apresentação. Os bois Caprichoso e Garantido se apresentam todas as noites e a ordem é definida por sorteio. Cada apresentação dura no máximo 2h30
O Boi-bumbá Caprichoso é representado pelas cores azul e branco e tem como símbolo uma estrela. Seu grupo rítmico é chamado de Marujada de Guerra.
O Boi-bumbá Garantido é representado pelas cores vermelho e branco e tem como símbolo um coração. Seu grupo rítmico é chamado de Batucada.
Parintins antes de ser colonizada era habitada pelos povos Parintintin e Tupinambá. No período do apogeu da borracha, recebeu inúmeros migrantes nordestinos que popularizaram o folguedo do bumba meu boi na região.
A origem do festival começou em 1913 quando os bois brincavam fazendo pequenas apresentações nas ruas de Parintins. A brincadeira se popularizou e ganhou características próprias, incorporando as lendas e rituais das etnias indígenas e da cultura popular da Amazônia.
O primeiro festival aconteceu em 1965 com objetivo de arrecadar fundos para a construção da catedral de N. Sra. do Carmo, padroeira de Parintins. No primeiro ano, 22 quadrilhas se apresentaram, sem a presença dos bois. Somente no ano seguinte que os bumbás participaram.
Em 1988 foi construído o Bumbódromo, com capacidade para cerca de 25 mil pessoas. A arena é dividida ao meio e nos dias da apresentação, a torcida (chamada de “galera”), fica em completo silêncio no momento da apresentação do boi adversário.
A rivalidade é a marca do festival. Um torcedor não costuma dizer o nome do outro boi, se refere apenas como “contrário”. Além disso, a ilha de Parintins é dividida, tendo a catedral como marco que delimita os redutos tradicionais dos bois.
Um fato curioso é que as grandes marcas costumam mudar as suas cores originais para agradar os torcedores dos bois.
Todos os anos, os bois lançam álbuns de toadas nas plataformas de streaming com base nos seus temas anuais.
Os bois são avaliados a cada noite por uma comissão formada por nove jurados, que são selecionados em vários estados do Brasil. Ao total, 21 itens são julgados divididos em três blocos:
O Festival Folclórico de Parintins mais do que uma festa é a fonte de sustento de muitas famílias. Este ano, o festival deve movimentar cerca de R$120 milhões de reais na economia local, segundo a Amazonastur. Durante o festival a população da ilha costuma duplicar.