Os moradores de Teresina estão se mobilizando contra a cobrança integral da tarifa de esgoto pela concessionária Águas de Teresina. A insatisfação decorre da discrepância entre o valor cobrado e a qualidade do serviço prestado. Durante audiência pública promovida pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), na última quinta-feira (23), lideranças comunitárias, associações de moradores e movimentos sociais como o Movimento de Apoio à Inclusão Social (MAIS) exigiram a revisão do contrato e a suspensão da cobrança de 100% da tarifa de esgoto.
João Pereira, vereador de Teresina, destacou a indignação da população durante sua fala no evento. “Sou vereador para defender o nosso povo, principalmente os mais necessitados, e não posso, jamais, ficar fora desse debate. Nos últimos meses, tenho recebido relatos de pais e mães de família desesperados com o aumento no preço do talão de água. Pessoas que ganham salário mínimo e pagavam 100 reais pela água consumida estão recebendo contas com valores duplicados. Quem pagava 200 reais agora paga 400 reais. E tudo isso por um serviço que nem está em pleno funcionamento. A população de Teresina está pagando por algo que não recebe. Nós não vamos nos calar diante desse absurdo.”
O coordenador do MAIS, Messias Júnior, também criticou a situação e reforçou a necessidade de revisão do contrato com a empresa: “Para evitar que a população comece a fazer 'gato' de água, a Câmara Municipal precisa cumprir seu papel de revisar e suspender o contrato atual, que permite a cobrança de 100% da tarifa de esgotamento sanitário.”
Além da cobrança excessiva, o despejo irregular de esgoto no Rio Poti foi amplamente debatido. Segundo o MPPI, há indícios de que a Águas de Teresina está lançando esgoto sem tratamento no rio, causando sérios danos ambientais. O órgão solicitou que a Prefeitura de Teresina tome providências urgentes e marcou uma nova reunião para discutir soluções.
A Águas de Teresina, em nota, justificou que a tarifa é cobrada com base na disponibilidade do serviço, seguindo a legislação federal e o contrato de subconcessão. A empresa afirmou que a cobrança é essencial para a manutenção e expansão da rede de saneamento, que atualmente cobre 59% da cidade, e destacou a existência de um programa de tarifa social para famílias em situação de vulnerabilidade.
João Pereira reforçou a necessidade de atuação parlamentar para proteger os teresinenses: “Como vereador, devo agir para resolver essa situação. Não podemos deixar nosso povo desamparado. Sigamos com firmeza para melhorar as condições de vida do teresinense.”