Por Luis Felipe Miguel, professor de Ciência Política, no Facebook
É difícil imaginar que ninguém da equipe médica desconfiava do anestesista estuprador, que desprezava abertamente os protocolos mais básicos.
E é chocante ver reações de estudantes de Medicina, fazendo pilhéria com a agressão à parturiente.
Não saberia quantificar, mas, a olho nu, a quantidade de episódios de abuso envolvendo médicos e estudantes parece gigantesca.
Tem algo de errado na formação de profissionais que, exatamente por lidar com pessoas em situação de fragilidade, precisariam de padrões muito elevados de ética e de sensibilidade humana.
Também me pergunto se a forma de ingresso nos cursos de Medicina não é parte do problema. Afinal, obrigar um jovem a passar anos se dedicando exclusivamente a estudar para passar numa seleção disputadíssima não é a melhor maneira de incentivar uma formação humanitária.