Suplicy e Bia Dória: da elite, porém, diferentes

Estes dois personagens são da elite mas com comportamento completamente diferente

Foto: Revista Fórum
Suplicy e Bia Dória


A esquerda sempre se refere à “elite” colocando nela boa parte das responsabilidades dos problemas do mundo. 

Mas o que é “elite”? Segundo o dicionário é um substantivo feminino que na sociologia designa a minoria que detém o prestígio e o domínio sobre um grupo social. Mais popularmente falando são famílias e pessoas ricas.

Na prática você pode perceber também que mesmo na elite é possível encontrar bom comportamento.  

No Brasil há uma família cravada na história do Estado de São Paulo que se tornou tradicional, é muito rica e possuiu/possui  prestígio e o domínio sobre o grupo social. 

É a família Matarazzo. 

Oriunda da Itália, a história da família Matarazzo no Brasil começa com Francesco Antonio Maria Matarazzo um italiano que chegou em 1881 em busca de melhores condições de vida. Começou trabalhando como mascate, e mais tarde ele monta uma pequena fábrica para processar banha de porco, depois passou a fabricar as embalagens metálicas do produto o que o levou a montar uma metalúrgica. Mais tarde começou a vender arroz, massas, óleos, peixe e trigo em um supermercado. Logo ele funda a companhia Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo que se tornou um império.

Dos Matarazzo, um resolveu olhar para o mundo sem ser sobre a ótica do comércio, da indústria, do capitalismo. Seu nome: Eduardo Matarazzo Suplicy; um economista, professor universitário,e político brasileiro. É bisneto do conde Francesco Matarazzo,

Ingressou na política partidária elegendo-se, em 1978, deputado estadual por São Paulo pelo antigo MDB. Junto com Lula fundou o PT e em 1982, foi eleito deputado federal pelo  Partido vindo daí para cá exercendo diversos cargos no PT. 
Suplicy é da elite paulista mas não tem o comportamento que a esquerda condena e classifica este setor social. 

Beatriz Maria Bettanin Doria, mais conhecida como Bia Doria é uma artista plástica brasileira. A família dela não é tão tradicional quanto os Matarazzo mas como Beatriz Maria Bettanin casou-se com o empresário João Doria e este tornou-se prefeito da cidade de São Paulo e, atualmente, governador do Estado, ela tem ganhado destaque social. Após o casamento passou a usar o sobrenome dele, agora é a conhecida Bia Dória. 

Já o marido, João Doria é filho do publicitário e ex-deputado federal baiano João Doria e da empresária paulista Maria Sylvia Vieira de Moraes Dias Doria. De origem abastada, descende dos Costa Doria, uma família brasileira do período colonial, cujos membros foram senhores de engenhos, militares e políticos da Bahia e de Sergipe.

Pois bem, dito isto afirma-se, há elite e elite. 

Uma coisa é Eduardo Matarazzo Suplicy outra coisa é Bia Dória. 

A primeira dama do Estado de São Paulo ganhou manchetes na imprensa brasileira esta semana.  Aqui mesmo no pensarpiaui tratamos do assunto nesta matéria,  "A elite insiste em não ver o pobre".

Eduardo Matarazzo Suplicy, vereador pela cidade de São Paulo, questionou o que o Fundo Social de São Paulo,  presidido por Bia Dória poderia fazer pelos pobres da cidade. Numa contra-partida a primeira dama mostrou sua grosseria. E escreveu 

Prezado Vereador Eduardo Suplicy,
Entendo sua posição e conheço sim o problema das pessoas em vulnerabilidade social e principalmente neste momento em pandemia.

 

Aqui no Fundo Social do Estado de São Paulo com todos os secretários do governo estamos trabalhando insanamente para dar dignidade e saúde a todos, principalmente aos vulneráveis que estão na rua.

Estou doando todo meu tempo, minhas energias para este trabalho, que contrariando o que senhor fala, conheço muito bem e sei o que estou fazendo.

E o senhor que tem salário, o que o senhor tem doado para essas pessoas?

Quantas pessoas tirou da rua e deu dignidade?

Quantas pessoas o senhor encaminhou para um trabalho digno?

Quantas casas o senhor conseguiu para essas pessoas?
BEATRIZ DORIA

Já Suplicy, além de demarcar bem sua posição de classe social demostrou também ter classe no trato com as pessoas. Sua resposta 

Prezada Senhora Beatriz Doria
Li na reportagem da agência G-1 que a Sra. pediu desculpas por suas declarações a respeito da população de rua que causaram desconforto para tantas pessoas e entidades, em especial aquelas que mais tem dado atenção aos moradores em situação de rua.

Tanto é que não apenas a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, mas também a da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, presidida pela Deputada Beth Sahão, a convidou para que tenha a oportunidade de ali prestar seus esclarecimentos e expor a respeito dos programas que a Rede Social de São Paulo tem feito para bem contribuir para superar os problemas desta população.

Note que a minha carta para a Senhora foi escrita em termos respeitosos, aliás como sempre agi com o Governador João Dória, em especial quando ele foi eleito prefeito e eu fui eleito o mais votado vereador da história de São Paulo e do Brasil. Tivemos um diálogo muito construtivo quando expliquei a ele os méritos das duas cooperativas de vendedores autônomos do Parque Ibirapuera.

Em março de 2017 ele me convidou para nos encontrarmos no parque para conversarmos com as presidentes das duas cooperativas para as quais ele garantiu que a sua gestão iria assegurar o bom funcionamento delas, o que perdura até hoje. Mesmo sendo de partido da oposição e formulador de severas críticas, como por exemplo, quando em maio de 2017, ele e o Governador Geraldo Alckmin, realizaram uma operação com 900 policiais para “acabar com a cracolândia”, com bombas e cassetetes, inteiramente frustrada, sempre nos tratamos com respeito e atitude de construção.

Aproveito a oportunidade para sugerir que a Senhora possa comparecer à reunião de ambas as comissões, da CMSP e da ALESP, em reunião virtual, para bem dialogar sobre quais os caminhos e soluções mais eficazes para resolver os problemas dessa população carente. 

Avalio como importante que como Presidente do Fundo Social São Paulo saiba que na cidade de São Paulo, segundo o censo da FIPE-USP, havia cerca de 16 mil moradores de rua em São Paulo, metade dos quais entrando e saindo dos Centros de Acolhida. No Censo de dezembro de 2019, feito pela PMSP, registrou-se mais de 24 mil. Segundo o Cadastro Único, do Governo Federal, somavam mais de 33 mil.
 
Permita lhe responder suas indagações. Desde que ingressei na vida pública tenho procurado estudar, debater e aprofundar meu conhecimento sobre quais as melhores instrumentos para conseguirmos erradicar a pobreza, promover maior igualdade, liberdade real e dignidade para todos no Brasil e no planeta Terra.

E gostaria muito de conversar sobre quais os planos e ações do Fundo Social e trocar ideias sobre as proposições pela quais tanto dedico minha energia, como o desenvolvimento da economia solidária, do microcrédito e sobretudo a Renda Básica de Cidadania. Por esta razão lhe encaminhei cópia de palestra a respeito. Pode notar que na mesma há uma carta da Coordenação da População em Situação de Rua ao Presidente Jair Bolsonaro com um apelo para que logo seja implantada a Renda Básica de Cidadania.

Isto aconteceu depois que fiz uma palestra para cerca de 70 moradores de rua que avaliaram que será um instrumento muito positivo. Nestes dois meses de quarentena, trabalhando em casa, seguindo as recomendações das autoridades da saúde, já fiz 160 conversas ao vivo com pessoas de todo o Brasil, também de Portugal, Inglaterra e França que querem conversar comigo sobre a Renda Básica de Cidadania, Se desejar saber mais sobre o tema, pode contar comigo.

A senhora me pergunta se faço alguma doação. Esteja informado que nesta pandemia do coronavirus, com o meu voto, nós vereadores estamos doando parcela de nossos salários para os programas de combate á Covid-19 e para assistência à população pela PMSP. No meu caso, minha contribuição é de 45% de meu salário.

A senhora me pergunta quantas pessoas tenho ajudado. Convido-a para visitar o meu gabinete onde, em tempos normais da CMSP, é visitado diariamente por dezenas de paulistanos, muitos em situação de carência, em busca de soluções. Todos são ouvidos com atenção e, na medida do possível, encaminhados para a resolução de seus problemas. Costumo escrever cartas de apresentação sobre a história da pessoa a quem possa interessar, pois tenho por norma não solicitar emprego para o setor público ou privado.

Eu gostaria de lhe apresentar a Senhora Janaína Xavier, que está grávida de oito meses de seu nona criança, tendo ela mais 4 adotados, e que está para ser despejada de uma ocupação na Avenida Rio Branco. Estou fazendo um apelo ao proprietário do imóvel, onde estão cerca de 20 famílias, para que dê um prazo de pelo menos um mês para que ela encontre uma solução de moradia.

Gostaria de conversar também sobre a possibilidade de o Hospital que foi montado sobre cabanas, no Pacaembu, com 200 leitos, desativado no início desta semana, possa ser utilizada para acolher idosos e pessoas carentes em situação de rua neste inverno. Leio hoje na “Folha” que o Prefeito Bruno Covas está conversando com o Governador João Dória sobre a destinação mais adequada destas instalações, que custaram R$ 23 milhões, até que o Pacaembu volte a ser utilizado pelo futebol.

Na expectativa de que possa aceitar o convite de nossa comissão, ou até simultaneamente das duas, respeitosamente, peço que estenda meus cumprimentos ao Governador João Doria, com o abraço,

Vereador Eduardo Matarazzo Suplicy

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da CMSP

O pensarpiaui reafirma: há eleite e elite! 
Voce pode pertencer a uma elite e, mesmo assim, ser humanitário !