Supersalários: ministros do STM recebem mais de R$ 300 mil em penduricalhos

Somados, os valores pagos aos integrantes da Corte passam de R$ 4 milhões em apenas um mês

Os salários dos ministros do Superior Tribunal Militar (STM) foram elevados no mês de dezembro. A remuneração básica, de R$ 41.808,09, foi significativamente aumentada, com um dos integrantes da corte, o ministro general Odilson Sampaio Benzi, recebendo R$ 318.580,38 líquidos, o maior montante entre os ministros.

Os dois ministros seguintes na lista são civis: Artur Vidigal de Oliveira, com rendimento líquido de R$ 316.168,16, e José Barroso Filho, com R$ 307.877,48.

Essas informações foram divulgadas no painel de remuneração de magistrados organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O único ministro que não recebeu esses benefícios até o momento foi o general Guido Amin Naves, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de dezembro. Como ele tomou posse no dia 23 de dezembro, não foi possível incluí-lo na folha de pagamento do mês.

O aumento nos salários de dezembro se deve a direitos pessoais, que variaram de R$ 39 mil a R$ 81 mil, dependendo do ministro, além de indenizações que somaram, em média, R$ 141 mil para cada integrante da Corte.

A reportagem tentou contato com o STM para esclarecer esses gastos, mas ainda não obteve resposta.

Além disso, foram pagos os chamados “direitos eventuais”, que incluem gratificação natalina, gratificação por exercício acumulado e pagamentos retroativos.

Com os valores pagos, os ministros receberam praticamente dez vezes o teto do funcionalismo público, que é de R$ 32 mil líquidos. Em teoria, qualquer valor acima desse limite deveria ser barrado por meio do abate-teto. No entanto, isso não ocorreu no caso dos ministros do STM.

Os integrantes da Corte também ficaram isentos de pagar imposto de renda sobre a maior parte do valor recebido. A taxação sobre o excedente do contracheque, que deveria ser aplicada sobre o que ultrapassasse R$ 44 mil, foi isentada pela Receita Federal, sob o argumento de que se trata de "verba de natureza indenizatória". No total, foram pagos aproximadamente R$ 4 milhões em salários.

Veja quanto recebeu cada ministro em valores líquidos no mês de dezembro de 2024: