Servidores públicos são investigados por fraude de posse de terras no Piauí

Servidores municipais e de um cartório são suspeitos de falsificar documentos para especulação imobiliária.

Foto: Divulgação/PF
Servidores públicos são investigados pela PF por fraude de posse de terras litoral do PI

Servidores e o tabelião de um cartório de Cajueiro da Praia, no litoral piauiense, foram afastados de suas funções pois são investigados na Operação Tratado de Tordesilhas 2, da Polícia Federal. Nesta quinta-feira (6), mandados foram cumpridos em Cajueiro da Praia, Luís Correia, Parnaíba e Teresina. Os servidores afastados a pedido do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) são suspeitos de fraudar posse de terras da União para especular seus valores em até 15000%.

De acordo com a Polícia Federal, os 14 mandados cumpridos nesta quinta-feira investigam um esquema em que idosos e pessoas com baixo poder econômico eram utilizadas para simular posse antiga em terrenos da União. Estes laranjas eram usadas para afastar os verdadeiros donos da terra e suas comunidades ribeirinhas, para que o terreno ficasse disponível àqueles que pensam ser os donos da terra.

As investigações levaram a Polícia Federal a identificar servidores públicos municipais que estariam recebendo vantagens indevidas na utilização de contas de terceiros para grilagem. Os funcionários do cartório também eram parte fundamental na execução da operação. Os servidores da Prefeitura não foram afastados de suas funções e seus nomes não vieram à tona, até o momento.

Falsificação de documentos dos processos administrativos para reconhecer a regularidade fundiária e permitir os desmembramentos da área da matrícula original do município é a principal hipótese da Polícia Federal. Os locais estão entre os mais visitados do Piauí.

Em 20 de janeiro de 2024, a Defensoria Pública da União (DPU), através do defensor José Rômulo Plácido Sales, realizou uma reunião com as comunidades sobre os conflitos que recrudesceram a partir de 2021.