Durante uma live com profissionais da educação, realizada na quinta-feira (24/10), a secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, reagiu a críticas de professores contratados que reclamaram do baixo salário e da proibição de se ausentarem do trabalho para acompanhar filhos em consultas médicas. Em resposta a um dos educadores, que afirmou que o problema não era "sobre aumento, mas sobre passar fome", Gavioli respondeu: "Aí tem que deixar o serviço. Está passando fome? Tem que achar um trabalho que ganha mais, porque na educação você já entrou sabendo quanto seria seu salário". As informações são do Metrópoles.
Em outro momento, um professor levantou a questão de não poder acompanhar o filho ao médico por ser contratado temporário. A secretária respondeu que “não é obrigado a trabalhar, não”, e completou: “Se você for contrato e acha que tem que ter emprego que te libera para ir ao médico, você precisa sair, porque a lei é federal”. Durante a resposta, a gestora interrompeu a resposta e, se dirigindo a alguém que estava na sala presencialmente com ela, disse:: “Não adianta mandar eu parar, vou terminar”.
Os comentários da secretária geraram indignação entre os professores, e o coordenador do Observatório do Estado Social Brasileiro, Tadeu Alencar Arrais, classificou suas declarações como "pedagogia sádica". Em uma carta publicada nas redes sociais, Arrais lamentou o que chamou de indiferença: “Que estado é esse em que as instituições, universidades, sindicatos, partidos políticos, observam, em silêncio, o acúmulo de insultos destinados aos professores e professoras?”
Em resposta, a Secretaria de Educação de Goiás divulgou nota repudiando o que classificou como “trucagens” em vídeos e imagens que, segundo Gavioli, distorcem o conteúdo da reunião. A secretária afirmou que a reunião abordou apenas as novas diretrizes do plano de carreira do magistério e ressaltou o reajuste salarial de até 20,99%, previsto para janeiro de 2025, além da recomposição da carreira. Gavioli negou qualquer desrespeito aos servidores e afirmou que um boletim de ocorrência foi registrado para que a Delegacia de Crimes Cibernéticos investigue a manipulação dos vídeos.