O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou todos os compromissos públicos e políticos previstos para o mês de julho, por recomendação médica. A decisão, segundo boletim assinado pelo cirurgião geral Cláudio Birolini e pelo cardiologista Leandro Echenique, tem como objetivo garantir a recuperação plena de sua saúde.
De acordo com a nota, Bolsonaro enfrenta as consequências de uma cirurgia recente, de uma internação prolongada, de um quadro de pneumonia e de crises recorrentes de soluços, que estariam comprometendo sua fala e alimentação. “Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido”, dizem os médicos.
A saúde do ex-presidente já vinha gerando preocupação entre aliados desde sua participação na manifestação bolsonarista do último domingo (30), na avenida Paulista, quando subiu ao carro de som visivelmente debilitado, com sintomas compatíveis com pneumonia.
Dentro do PL, a avaliação é de que a série de problemas de saúde que Bolsonaro enfrenta desde a facada sofrida em 2018 — que resultou em pelo menos sete cirurgias — exige uma nova postura. A cúpula do partido começou a defender “agendas mais leves” e a preservação do ex-presidente.
Ainda assim, o discurso oficial do partido permanece firme: Bolsonaro continua sendo tratado como o principal nome da direita brasileira e possível candidato à Presidência da República em 2026. “As pesquisas internas mostram que ele ainda é nossa maior liderança e o maior cabo eleitoral do país”, afirmou o deputado Altineu Côrtes, presidente do PL no Rio de Janeiro.
Apesar da recomendação médica para diminuir o ritmo, Bolsonaro contrariou orientações na última semana. Mesmo após sentir-se mal em Goiás e ser advertido por um médico a não viajar, ele seguiu para Belo Horizonte na manhã seguinte, reforçando preocupações sobre sua disposição em respeitar os limites impostos pela própria saúde.