O major André Luiz Pereira da Silva, conhecido como Bodão, emergiu como uma figura central em uma trama golpista que abalou o Brasil em 2023. Ex-membro de um grupo de elite do Exército, os "Kids Pretos", Bodão esteve envolvido em um plano para derrubar o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva.
Reveladas em junho, mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp, administrado pelo então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, expuseram detalhes da conspiração. Bodão, um dos participantes mais ativos, demonstrava apoio aos acampamentos bolsonaristas e incentivava a intervenção militar.
Com vasta experiência em operações especiais, Bodão serviu no Comando de Operações Especiais de Goiânia, onde integrou o grupo dos "Kids Pretos". Essa unidade de elite, formada por militares altamente treinados, ganhou notoriedade após a descoberta de um plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal revelou que uma reunião na casa do general Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, delineou o planejamento operacional para a atuação dos "Kids Pretos". Bodão, por sua vez, mantinha laços estreitos com o grupo e compartilhava informações estratégicas.
Após deixar as Forças Armadas, Bodão atuou como assessor parlamentar, mantendo contato com figuras importantes do bolsonarismo. Sua trajetória, marcada pela experiência militar e pelo envolvimento em atividades políticas, o posicionou como um elemento crucial na trama golpista.
A revelação do papel de Bodão e dos "Kids Pretos" evidencia a dimensão da ameaça à democracia brasileira. A trama golpista, que envolveu militares de alta patente e políticos influentes, demonstra a necessidade de uma investigação profunda e transparente para apurar as responsabilidades e garantir que episódios como esse não se repitam.