O vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, usou suas redes sociais nesta quinta-feira (9) para defender a inocência de Domingos Brazão, réu no processo que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Quaquá também defendeu seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, ambos acusados de serem os mandantes do crime.
“Recebi com muita dor no coração, mas também com muita consideração e solidariedade, a esposa e os filhos de Domingos Brazão”, escreveu Quaquá. Ele afirmou ainda que não há provas contra os irmãos Brazão e reiterou: “Eu quero afirmar o que já afirmei diversas vezes, porque não só conheço Domingos e Chiquinho, mas, além disso, li todo o processo e não há sequer uma prova contra eles!”
O político também destacou sua decisão de se manifestar publicamente: “Eu podia me calar e não me expor para defender alguém que já foi condenado pela mídia. Mas não posso fazer isso!”
A reação de Quaquá gerou críticas, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, se posicionou contra as declarações. Anielle afirmou que acionará a comissão de ética do PT para investigar a postura de Quaquá diante da situação.
Janja critica Quaquá após ele defender irmãos Brazão: “Desrespeitoso”
A primeira-dama, Janja Lula da Silva, usou suas redes sociais para criticar o prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, sem citá-lo diretamente. Ela classificou como “desrespeitoso” o ato de promover “desinformação nas redes sociais sobre o andamento do caso” que envolve o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
“É desrespeitoso com a memória de Marielle Franco e Anderson, e com toda a luta de seus familiares por justiça, promover a desinformação nas redes sociais sobre o andamento do caso”, escreveu a primeira-dama em uma publicação no Instagram.
Janja acrescentou: “Domingos e Chiquinho Brazão, de acordo com a lei, estão presos e aguardando julgamento, pela denúncia da Procuradoria Geral da República de serem os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Como disse a deputada Gleisi Hoffmann, ‘instruído por investigações criteriosas da Polícia Federal que embasaram a denúncia e a abertura da ação penal por unanimidade dos ministros’.”
Ela finalizou a postagem com um gesto de apoio à família de Marielle, dizendo: “À minha amiga Anielle Franco, dona Marinete e toda a família, meu abraço apertado, e meu lamento pelo uso indevido da memória de Marielle.”
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, também criticou as declarações de Quaquá e anunciou que acionará a comissão de ética do PT para investigar a postura do político. Ela ainda pediu que Quaquá “tirasse o nome” de sua irmã “da boca”.