Por Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado
Leio, perplexo e indignado, que existe a hipótese do governo norte americano decretar medidas contra o Ministro Alexandre de Moraes. O motivo seria as decisões proferidas pelo ministro enquanto membro da Suprema Corte do Brasil. Embora me recuse a acreditar neste completo despautério, gostaria de fazer uma provocação.
A mídia brasileira noticiou, não há muito tempo, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro teria ido aos EUA para manter contato com autoridades americanas, com o intuito de pedir que o governo daquele país fizesse alguma intervenção na Justiça brasileira.
Especialmente para responsabilizar criminal e administrativamente os ministros da Corte por atos praticados no exercício da jurisdição da Casa. Inclusive na matéria constava bizarra manifestação do pai do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, apoiando a intervenção norte-americana.
O que é mais inacreditável, inadmissível, é o fato de o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não terem tomado nenhuma atitude para investigar e, se for o caso, punir o agente público, deputado federal, que acintosamente vai a outro país insuflar uma ação de um governo estrangeiro contra o Brasil. Comete, no mínimo, dois crimes e tem que ser responsabilizado.
Ainda querendo crer que não é verdade, fica o registro da minha indignação. É claro que espero pedir desculpas ao MP e a PF quando eles deflagrarem a operação que, por motivos óbvios, correria em sigilo. Pedirei humildemente desculpas. Mas fica o registro.