A sucessão papal é um tema que inevitavelmente surge sempre que um pontífice demonstra fragilidade. No Vaticano, onde não há espaço para vácuos de poder, o debate sobre possíveis sucessores ocorre naturalmente. No caso do Papa Francisco, um dos nomes mais cotados para ocupar o posto máximo da Igreja Católica é o do cardeal italiano Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano. Com informações de Paulo Henrique Rodrigues, do Diário do Nordeste.
Completando 70 anos em janeiro, Parolin se destaca não apenas por sua vasta experiência diplomática – um atributo essencial para um Papa –, mas também por sua habilidade política dentro da Cúria Romana. Poliglota, ele fala italiano, inglês e francês e mantém uma forte presença internacional, tendo visitado o Brasil recentemente, onde se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua proximidade com os meandros do poder eclesiástico pode ser vista como uma vantagem, mas também pode gerar resistência entre os cardeais que, no Conclave, optem por um perfil de renovação.
Entretanto, para os cearenses, Parolin carrega um significado especial. Foi ele quem, por determinação do Papa Francisco, assinou em 2015 a aguardada carta de reconciliação da Igreja com Padre Cícero Romão Batista. No documento, o Vaticano reconhece o legado do religioso e sua importância para os fiéis nordestinos. "É inegável que o Padre Cícero viveu uma fé simples, em sintonia com seu povo e, por isso mesmo, foi compreendido e amado", destaca um trecho do texto oficial.
Desde então, o processo de beatificação do "Padim" avançou significativamente. Hoje, ele já detém o título de Servo de Deus, e especialistas trabalham na comprovação de um milagre que possa consolidar sua canonização. Para os milhares de devotos que percorrem o Horto a pé, visitam as igrejas de Juazeiro do Norte e lotam a Capela do Socorro todo dia 20, a santificação do Padre Cícero é apenas questão de tempo.
O futuro do Vaticano ainda é incerto, mas a possibilidade de ver um Papa que tenha ligação direta com a história do Cariri nordestino desperta expectativas. Seria Pietro Parolin o pontífice que, enfim, concederá ao Padre Cícero a honra dos altares?