Por Patricia Faermann, no GGN
Denunciado, Jair Bolsonaro pretende utilizar os processos como arma política para se fortalecer politicamente em 2026. Caso se mantenha na disputa até esgotar todos os recursos judiciais, Bolsonaro corre o risco de minar a principal carta da direita para o substituir nas eleições presidenciais: Tarcísio de Freitas.
Segundo aliados do ex-mandatário, em informações divulgadas pela colunista Andreia Sadi, da GloboNews, Bolsonaro hoje quer manter o plano de se manter como candidato presidencial, mesmo inelegível, até passar por todos os recursos da Justiça.
Mas o calendário eleitoral exige que governadores que querem se candidatar devem deixar o cargo até abril do ano. Neste caso, o atual governador de São Paulo precisaria abandonar a cadeira antes de abril de 2026.
Naquele mês, Jair Bolsonaro ainda poderia estar com recursos na Justiça para impedir a sua inelegibilidade. Tarcísio, por sua vez, é o candidato mais promissor da direita, segundo as últimas pesquisas eleitorais.
O que dizem as pesquisas
Levantamentos deste mês mostram que o presidente Lula encurtou as distâncias de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida eleitoral de 2026, sendo ele o adversário de Lula com hoje as melhores chances da oposição na disputa.
Na semana passada, a Atlas Intel divulgou que Tarcísio somava 26,2% das intenções de voto para a Presidência em 2026, enquanto Lula tinha 41,1%. Os números chamam a atenção porque não somente a distância reduziu, em comparação aos levantamentos anteriores, como também outros nomes de força do bolsonarismo ficaram para trás.
Naquele levantamento [confira aqui], Ronaldo Caiado, governador de Goiás pelo União, somou menos de 6%; o cantor sertanejo Gusttavo Lima pouco atrás, com 5,6%, a hoje ministra de Lula, mas figura moderada, Simone Tebet teve 4,1%, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro recebeu 3,3%, e o influencer e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal ficou com 2,4%.
No início do mês, o levantamento da Quaest já mostrava riscos para Lula [veja aqui]. O presidente estava na liderança, com 30% das intenções de voto, e o governador de São Paulo, Tarcísio, recebia 13%, seguido do cantor sertanejo Gusttavo Lima, com 12%, e Pablo Marçal, com 11%.
Em segundo turno, a Quaest registrou que Lula venceria por 43% contra 34% de Tarcísio, uma diferença de somente 9 pontos, enquanto que o mesmo levantamento em dezembro dava uma diferença de 26 pontos para o atual presidente.
Já a última pesquisa, da Atlas Intel há 10 dias, mostrava que o presidente Lula empatava tecnicamente com Tarcísio de Freitas no segundo turno: 44,7% para o governador contra 45,7% para Lula.
Com a possibilidade de Jair Bolsonaro de usar os processos como mote para fortalecer sua imagem e da oposição nas próximas eleições, esta hoje principal carta da oposição para enfrentar Lula em 2026 será ameaçada.