PP pressiona Bolsonaro para que Dr. Luizinho substitua Pazuello

Há no Congresso críticas a Luizinho. A avaliação é que ele traria problemas para o governo em um momento delicado como o atual agravamento da pandemia

Foto: Agência Câmara
Luiz Antônio Teixeira Júnior (PP-RJ)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), pressionam o governo para que o substituto de Eduardo Pazeullo no Ministério da Saúde seja o deputado Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ), conhecido como Doutor Luizinho. No fim de semana, a cardiologista Ludhmila Hajjar, foi convidada para um encontro pelo presidente Jair Bolsonaro, que a sondou para substituir o general na Saúde.

No entanto, ela perdeu força, em meio a uma campanha feita por bolsonaristas nas redes sociais contra sua indicação. A médica condena o uso da cloroquina e outros medicamentos do chamado tratamento precoce. Um vídeo da médica em que participa de uma live com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no qual ela chama a petista de "presidenta" foi usado por apoiadores do governo para tentar descredenciar o nome dela.

O deputado Dr. Luizinho foi eleito na semana passada presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara e relatou no ano passado a comissão de acompanhamento da covid-19.

Ainda não há consenso para o substituto do general, mas dois perfis ganham a preferência. São eles uma indicação política de algum deputado ligado à área da saúde ou a escolha de um médico prestigiado.

Há no Congresso críticas a Luizinho. A avaliação é que ele traria problemas para o governo em um momento delicado como o atual agravamento da pandemia. O deputado já foi alvo de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), no âmbito a operação Lava Jato, por constrangimento ilegal quando era secretário do ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB-RJ).

Na denúncia, feita pelo MPF em 2018, os procuradores sustentam que ele influenciou o governo a pagar uma multa de R$ 791.612,59 para a empresa Brasport, que é do ramo de vigilância sanitária. De acordo com a denúncia, Odir Mendes Filho, dono da empresa, ameaçou funcionários ligados ao governo com uma arma para receber os pagamentos atrasados.

Em entrevista ao jornal O Globo em 2018, pouco após a denúncia, o ex-secretário disse: "Eu, ainda como secretário, recebi o Odir e disse firmemente que não tinha como pagar. Eu tinha conhecimento da dívida da OS [Organização Social] com a empresa dele, sabia da pressão que estava sendo feita à Pró-Saúde, mas eu não participei de nada disso. Eu não marquei reunião para falar disso. Eu encontrei o atual secretário e, por acaso, ele estava com eles. A gente vai provar que isso não é verdade."