Para Lula, reunião de Bolsonaro com embaixadores ajuda a atrair voto útil no 1º turno

O ex-presidente, que tem experiência em política externa, classificou o ato no Palácio da Alvorada como um tiro no pé

Foto: Ricardo Stuckert
Lula

 


Por Kennedy Alencar, jornalista, em sua coluna no UOL 

Na avaliação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o evento de Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros para atacar o sistema eleitoral e sugerir golpe de estado em caso de derrota nas urnas eletrônicas reforça o movimento do PT pelo voto útil no primeiro turno e isola ainda mais o presidente da República do ponto de vista político.

As teorias conspiratórias de Bolsonaro, já contestadas pela Justiça Eleitoral e imprensa, soam fantasiosas perante os representantes estrangeiros, acredita Lula. O ex-presidente, que tem experiência em política externa, classificou o ato no Palácio da Alvorada como um tiro no pé. Bolsonaro, que tem imagem ruim no palco internacional, só consegue piorá-la ao imitar a fracassada estratégia de Donald Trump em 2020, quando o presidente americano foi derrotado por Joe Biden.

No aspecto doméstico, o efeito eleitoral é dar mais força ao discurso do PT de que seria melhor liquidar a fatura já no primeiro turno, o que evitaria um mano a mano na segunda etapa na qual Bolsonaro poderia elevar ainda mais a ameaça golpista.

As reações, ainda que tímidas, do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ajudam a carimbar a fala de Bolsonaro como o que ela é: golpista e mentirosa. Isso, no entender de Lula, leva figuras conservadoras do MDB, PSD e da sociedade civil a querer derrotar Bolsonaro já no primeiro turno.

Batalha à parte

Na estratégia para tentar levar no primeiro turno, haverá mais ação de Lula e PT junto a evangélicos. Tem muito pastor pregando contra Lula nos cultos Brasil afora.