Presente em celebrações, encontros sociais e mesas ao redor do mundo, a cerveja ocupa lugar especial na cultura gastronômica de inúmeros povos — e o Brasil está entre os maiores entusiastas dessa tradição. Do chope gelado nas praias ao artesanal das montanhas, a bebida se mistura à identidade nacional como símbolo de convivência e prazer. E, surpreendentemente, ela também encontra espaço em rituais e momentos históricos dentro da própria Igreja Católica.
Na última quinta-feira (8), o mundo católico voltou seus olhos para a eleição do novo pontífice, o papa Leão XIV. O que poucos sabiam, no entanto, é que o novo líder da Igreja tem uma relação de longa data com o Brasil — e com a cerveja. Antes de adotar o nome papal, Leão XIV era conhecido como frei Robert Prevost e esteve várias vezes em território brasileiro. Uma visita marcante foi ao Colégio Santo Agostinho, em Belo Horizonte, durante a comemoração dos 70 anos da instituição, onde também participou de encontros com freis agostinianos.
Fotos antigas desse período voltaram à tona nas redes sociais e chamaram atenção: nelas, frei Robert aparece segurando uma taça de cerveja. As imagens viralizaram e despertaram curiosidade sobre os hábitos do agora Papa e o posicionamento da Igreja em relação ao consumo de bebidas alcoólicas.
Segundo Raylson Araújo, especialista em Vaticano, a Igreja Católica não condena o consumo de álcool. Pelo contrário — dentro da tradição cristã, o que se defende é a moderação. “O apóstolo Paulo, em um trecho bíblico, fala sobre a moderação. A partir disso, a Igreja compreende que não há problema em beber, o problema está no excesso, na embriaguez”, afirma. Araújo ainda destaca que existe, inclusive, um rito oficial chamado Ritual de Bênçãos, que traz a chamada “bênção da cerveja”.
Assim, o episódio envolvendo o novo Papa e uma taça de cerveja se torna não apenas uma curiosidade viral, mas também um lembrete do equilíbrio que a fé católica busca cultivar entre tradição e cotidiano — até mesmo na hora de brindar.