Em entrevista à rádio italiana RTL, o cardeal Gianfranco Ravasi comentou que o Papa Francisco poderia renunciar ao cargo devido a problemas de saúde. Desde o dia 14 de fevereiro, Jorge Mario Bergoglio está internado na Policlínica Gemelli, em Roma, tratando uma pneumonia bilateral com infecção polimicrobiana. O quadro clínico do Papa foi descrito pelo Vaticano como "muito complexo", embora tenha apresentado uma leve melhora nos últimos dias. No entanto, ainda existem preocupações dentro da Igreja e entre os fiéis sobre sua saúde.
Ravasi, que participou da eleição de Francisco para o papado em 2013, afirmou que, caso o Papa não consiga mais desempenhar suas funções, ele poderia optar pela renúncia. O cardeal declarou: "Creio que ele poderia fazê-lo, porque é uma pessoa muito decidida nas suas escolhas. Sempre houve uma tendência a lutar e reagir, e essa também é uma escolha legítima, já que ele enfrentou viagens exigentes, como as do Extremo Oriente". Ravasi acrescentou que, caso a saúde de Francisco o impedisse de manter contatos diretos, como é do seu gosto, e de se comunicar de maneira eficiente, ele poderia considerar deixar o cargo.
O cardeal também revelou que o Papa tem uma carta de renúncia pronta há 10 anos, motivada principalmente por questões de saúde. Segundo Ravasi, o Papa entregou formalmente essa carta nas mãos do Secretário de Estado da época.
Por fim, Ravasi comentou que, apesar da melhora no estado de saúde de Francisco, há uma crescente polarização, especialmente em sites e redes sociais. O cardeal ressaltou que parte da oposição mais radical ao Papa se manifesta por meio de fake news, principalmente em plataformas americanas, criando uma expectativa de mudança.