Há mais de 15 anos, a freira argentina Mónica Astorga, da Ordem dos Carmelitas Descalços, dedica-se ao trabalho social com mulheres trans em situação de vulnerabilidade. Foi dialogando com essa população e entendendo suas necessidades que ela criou e lançou um novo projeto que recebeu apoio do Papa Francisco: um condomínio com 12 casas individuais.
Irmã Mónica Astorga Cremona, 53, conhecida localmente na Argentina como a “Freira da Trans”, cortou a fita do novo complexo de doze pequenos apartamentos dedicados exclusivamente a abrigar homens que afirmam ser mulheres e seus companheiros.
Ao ouvir a notícia, o Papa respondeu em uma comunicação, segundo a freira: “Querida Mônica, Deus, que não foi ao seminário nem estudou teologia, te recompensará abundantemente. Eu oro por você e suas meninas".
O Sumo Pontífice, segundo a freira, referiu-se aos homens, que relataram ter entre 40 e 70 anos, como “meninas”. “Não se esqueça de orar por mim. Que Jesus o abençoe e que a Virgem Santa cuide de você", acrescentou.
A inauguração foi realizada no início do mês Neuquén, na Argentina.
Segundo a Télam, agência pública de notícias da Argentina, esse é o primeiro complexo de moradias voltado para o grupo ao redor do mundo. Com o lançamento, os imovéis já servem como lar para 12 mulheres trans de entre 40 e 60 anos, com ou sem companheiro. O edifício está sendo administrado pelo próprio monastério em que a religiosa trabalha.
"Essas mulheres vivem nas trevas há muito tempo. As casas devem iluminar seus caminhos, para que a sociedade compreenda que elas também merecem viver com dignidade e respeito”, comentou Mónica, no dia da inauguração.
A construção tem dois andares, com seis apartamentos de 40 m² em cada. Os imóveis contam com sala, cozinha equipada, banheiro completo e quarto, além de uma varanda individual. Ainda há um espaço comunitário e um parque de 120 m² destinado a horta, lazer e estacionamento.