O racismo venceu a Bola de Ouro, não Rodri

Um jogador fantástico - e espanhol - foi usado como bode expiatório para tentar dar um recado a Vini Jr.

Foram momentos inacreditáveis para os amantes do futebol quando o jornalista Fabrizio Romano informou que Vini Jr não seria o vencedor da Bola de Ouro, da revista France Football. Considerado o grande favorito a vencer o prêmio – que não está em mãos brasileiras desde 2007, com Kaká – foi posto para trás.

A vitória do espanhol Rodri Hernández, do Manchester City, denota a disposição dos votantes. Afinal, a Espanha está hoje com a espada de Dâmocles diante de si. O país, que se coloca como um dos principais nichos do futebol europeu, não deu conta das acusações de racismo escancaradas por Vinicius. A Bola de Ouro 2024 levou em conta uma série de fatores, e o futebol jogado em campo, foi o último deles.

O palco estava montado no Théâtre du Châtelet, em Paris. Didier Drogba como mestre de cerimônia e Jorge Weah, primeiro e até então, único atleta africano a vencer o prêmio, responsável por anunciar o vencedor e entregar o prêmio. Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, ao receber a notícia de que seu principal atleta seria esnobado, travou a ida de qualquer comissão merengue à França. O marketing tão desejado pela decadente France Football não veio à tona.

Durante o anúncio, o nome de Vinicius foi gritado no teatro. Os rostos estarrecidos davam conta daquilo que já se sabia há algumas horas: eles tentaram dar uma lição em que, na verdade, os ensinou que aceitar racismo calado não é de seu feitio.

Enquanto o meio-campista Rodri disse que vencer a premiação foi uma “vitória do futebol”, Vini foi coberto de solidariedade de seus companheiros e mundo à fora. É sabido que na temporada 23/24, ninguém nos gramados praticou o tal desporto bretão tão bem quanto ele. O recado está dado.