O maior sino do mundo ficará no santuário do Divino Pai Eterno

Representantes da Associação Filhos do Pai Eterno articulam com o governo federal o translado do sino da Polônia para o Brasil

Um dos elementos mais emblemáticos da construção do novo santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, Goiás, iniciada pelo padre Robson de Oliveira em 2012 e ainda inacabada, é o chamado “maior sino do mundo”, produzido na Polônia. Desde 2018, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), antiga associação ligada ao religioso, informa aos fiéis que o Vox Patris (A Voz do Pai), nome dado ao sino, já está finalizado e pronto para ser trazido ao Brasil. Apesar disso, até o momento, o sino – que pesa 55 toneladas, tem 4 metros de altura e 4,5 metros de diâmetro – ainda não chegou ao país, mesmo com promessas anteriores de que seria transportado em 2019.

A Afipe informou, nesta segunda-feira ,12, que o sino ainda não chegou ao Brasil e que a associação continua tentando organizar a logística para trazê-lo. Segundo a associação, é inviável prever uma data para a chegada. A compra do “maior sino do mundo” tornou-se um dos principais temas de divulgação da construção do novo santuário em Trindade. O Vox Patris começou a ser fabricado em 2018, composto por 78% de cobre e 22% de estanho.

O sino foi envolvido em suspeitas de superfaturamento durante a Operação Vendilhões, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) em 2020, que investigou o suposto desvio de recursos doados por fiéis. Inicialmente, a Afipe, liderada na época por Robson, informou que o custo do sino foi em torno de R$ 6 milhões, mas a investigação revelou que o valor real foi de quase R$ 18 milhões.

Desde o afastamento do religioso da Afipe e da reitoria da basílica do Divino Pai Eterno, a construção do novo santuário progrediu, e a associação adotou uma postura mais transparente em relação às suas ações e projetos. Entretanto, o sino ainda não foi trazido ao Brasil, apesar de estar pronto há seis anos.

Em março deste ano, o novo reitor da basílica e presidente da Afipe, padre Marco Aurélio Martins da Silva, reuniu-se com representantes do governo federal para discutir a logística do transporte do sino da Polônia. O transporte será realizado por navio. O padre se encontrou com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com o secretário executivo do ministério, Olavo Noleto, e com o chefe de gabinete da secretaria executiva, Sérgio Alberto Dias.

O sino possui imagens fundidas em sua superfície externa que retratam a história da Santíssima Trindade, desde 1840 até a construção do novo santuário. Ele e os demais sinos menores, que fazem parte do conjunto, serão instalados em uma torre de sinos de 100 metros de altura.

O ponto exato será ao lado do novo santuário. Ao todo, segundo a Afipe, serão 73 sinos no total: 68 menores em carrilhão, outros quatro medianos, também vindos da Polônia, além do Vox Patris. A nova basílica, cuja previsão inicial de conclusão era 2022, ainda está em construção. O projeto prevê que ela seja a segunda maior do país e a terceira maior do mundo, com uma área construída total de 145 mil metros quadrados. O templo terá capacidade para 8 mil pessoas sentadas.

Na época da Operação Vendilhões, quase nove anos após o início da obra, apenas 17% do projeto estava concluído. Desde que Robson se desvinculou da igreja em Goiás e da Afipe, a obra avançou, mas ainda resta muito a ser feito. 

Com informações do Jornal Opção