O Conselho Federal de Medicina é bolsonarista

Entidade fez Nota Ofical e "passou o pano" em fala de Jair Bolsonaro

Foto: 180graus
Jovens usados pelo CFM para fazer partidarismo

O Conselho Federal de Medicina tem como missão “Promover o bem-estar da sociedade, disciplinando o exercício da medicina por meio da sua normatização, fiscalização, orientação, formação, valorização profissional e organização, diretamente ou por intermédio dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), bem como assegurar, defender e promover o exercício legal da medicina, as boas práticas da profissão, o respeito e a dignidade da categoria, buscando proteger a sociedade de equívocos da assistência decorrentes da precarização do sistema de saúde”

Mas na realidade é uma organização que faz política partidária.

Durante principalmente, a gestão na presidência da República de Dilma Rolusseff, o CFM atuou de forma partidária expressa.

Sua presidência e diretoria estavam constantemente na imprensa se posicionando partidariamente contra as orientações do Ministério da Saúde de Dilma Rousseff.

E, agora, em plena pandemia do Covid-19, quando autoridades sanitárias mundiais – à frente a OMS – pedem o isolamento social quem viu a direção do CFM falar alguma coisa?

Em 10 de julho de 2014, nas paginas de seu portal o CFM publicava: “Nenhuma outra categoria profissional tem sido tão demonizada neste país quanto os profissionais da área de saúde, especialmente os médicos brasileiros. A eles a presidente Dilma e os porta-vozes do Planalto querem imputar a culpa pelo fracasso petista na saúde, causa maior da insatisfação da população, segundo todas as pesquisas.

Ainda está viva a campanha difamatória perpetrada contra os profissionais de saúde, acusados de preguiçosos, de não quererem trabalhar no interior e nas periferias urbanas, de não se dedicar aos pobres e de preferir atender à chamada ‘burguesia’. Mais recentemente, a própria presidente Dilma afirmou que ‘os médicos cubanos são mais sensíveis que os brasileiros’, uma declaração infeliz e desrespeitosa a nossos profissionais.

Tudo isso a pretexto de justificar o projeto ‘Mais Médicos’, vendido pelo marketing do regime petista como ‘solução’ para o caos na saúde pública, quando, na verdade, é apenas um paliativo.  Quem mais se beneficiou até agora parece ter sido o governo de Cuba, que embolsa 70% dos R$ 10.4 mil que o Brasil paga por cada médico cubano. Por ano, mais de R$ 700 milhões caem nos cofres dos irmãos Castro.”

Vejam como o tom é partidário, vejam que se dirigem especificamente à Dilma e ao petismo.

Já, agora, durante a atual pandemia, Jair Bolsonaro (candidato defendido explicitamente pelo CFM quando da campanha presidencial) fez pronunciamento público contra as politicas de isolamento social. E qual foi a posição do CFM? Enquanto as mais variadas lideranças sanitárias se opuseram fortemente à fala do Presidente, o CFM publicou uma “doce” nota. Nela, não se refere explicitamente à fala criminosa do Presidente. Passaram o pano. Dizem apenas que devem ser seguidas as orientações do Ministério da Saúde. Vejam a nota do CFM e percebam a diferença de tom partidário. O CFM é bolsonarista de raiz:

MANIFESTAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA EM RELAÇÃO À PANDEMIA DE COVID-19

Diante da crise da COVID-19 e do impasse existente entre o posicionamento do Excelentíssimo Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e o dos governadores e do Congresso Nacional, com respeito às condutas que têm sido adotadas na prevenção e no combate a essa epidemia no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) solicita que todos continuem a apoiar as medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde, desde o início dessa pandemia no País, por serem de ordem técnico-científicas e baseadas nas experiências de outros países, que também estão sofrendo com esta doença.

É necessário que não haja, por parte dos governos e do Congresso Nacional, a politização dessa situação grave, sob pena de que as consequências desse impasse recaiam, diretamente, sobre a população brasileira, com maior número de infectados e possível aumento exponencial no total de mortes.

Ressalte-se que o País está enfrentando o início da epidemia de COVID-19 e que o pior ainda está por vir, levando-se em conta que o gráfico epidemiológico dessa infecção no Brasil apresenta curva ascendente, sendo indicativo de que grande número de pessoas serão infectadas e podem morrer em função da doença.

Todos - Governo Federal, governadores e Congresso Nacional – devem superar aspectos políticos, que têm prevalecido em seus respectivos posicionamentos nas últimas horas, e adotar as orientações emanadas pelo Ministério da Saúde, cuja conduta tem sido irrepreensível, até o momento, na definição de estratégias e ações para enfrentar essa pandemia, que se apresenta como a maior crise da saúde na história do Brasil.

O Conselho Federal de Medicina enaltece a atuação dos médicos brasileiros, que, neste difícil momento, empenham todos os esforços para ajudar a população e ao Governo a dar a melhor assistência aos que padecem da COVID-19 e suas complicações. Recomenda-se, portanto, que permaneçam em seus postos de trabalho, porque é nesta posição que poderão exercer a função mais relevante de suas existências: o papel de guardiões da vida.

Exige-se, ainda, que governadores e autoridades sanitárias garantam aos médicos e outros profissionais de saúde a segurança necessária para que possam desempenhar seu trabalho, como a oferta dos indispensáveis equipamentos de proteção individual (EPIs), leitos hospitalares de retaguarda, unidades de terapia intensiva e ventiladores em número suficiente para atender à demanda.

Finalmente, o Conselho Federal de Medicina se coloca à disposição das autoridades, dentro de suas competências legais, para contribuir nas discussões em busca de soluções adequadas e necessárias, visando diminuir o impacto dessa terrível doença – a COVID-19 – na população brasileira.

Brasília (DF), 25 de março de 2020.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

Foto: DCM
Jovens usados pelo CFM para fazer partidarismo

Foto: Forum
Jovens usados pelo CFM para fazer partidarismo

Foto: Ricardo Setti
Jovens usados pelo CFM para fazer partidarismo