O caminho se faz caminhando e os passos foram dados

O bronze brasileiro por equipes é um feito inédito que começou a ser construído na década de 80.

A ginástica olímpica brasileira cumpriu uma missão ontem, quando Rebeca, Lorrane, Flávia, Jade e Júlia subiram no pódio para receber a medalha de Bronze, 20 anos depois da primeira vez que o país colocou uma equipe completa nos Jogos Olímpicos de Atenas com Ana Paula Rodrigues, Camila Comin, Daiane dos Santos, Caroline Molinari, Daniele Hypólito e Laís Souza.

O feito inédito, por equipes, teve um longo caminho percorrido, a começar com Cláudia Magalhães, a primeira brasileira a se qualificar para participar das Olímpiadas de Moscou, em 1980. A partir daí, foram 20 anos de idas solitárias aos jogos com Luisa Parente, que participou de duas edições, até Daniele Hypólito e Camila Comin nos jogos de Sidney, em 2000.

Todos esses nomes desembocam em Daiane dos Santos. Com seu duplo twist carpado, ela foi a primeira mulher negra a medalhar na competição e foi fonte de inspiração para que meninas de todo o Brasil quisessem praticar ginástica, inclusive a própria Rebeca, que aprendeu movimentos com ela.



O esporte é essa entidade que faz com que as pessoas se emocionem como se conhecessem pessoalmente os atletas que estão competindo, e que consegue se enxergar ali, lado a lado, vai além. Lorrane, medalhista brasileira, tirou forças do seu âmago para participar dos Jogos de Paris após perder a irmã de apenas 21 anos. Sua pessoa favorita no mundo se fora e ficaram as lembranças.

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Do outro lado, agora como comentarista da Cazé TV, estava Laís Souza, medalhista nos Jogos Pan-Americanos que sofreu um grave acidente em 2014, enquanto treinava para a modalidade de esqui aéreo para participar das Olimpíadas de Inverno e perdeu os movimentos do pescoço para baixo após fraturar a terceira vértebra da coluna cervical. O choro de Laís com a medalha, traz à tona o caminho também percorrido por ela, que foi uma atleta da seleção brasileira entre 2001 a 2012.