A história, a campanha e ascensão futebolística do Altos – do PIAUÍ –, é um exemplo do que a determinação, a disciplina, o foco e a coragem são capazes de fazer. Em 2025, no mundo do futebol profissional, considerando as devidas proporções, nenhum time teve e fez a campanha, nas condições dadas, que o “Jacaré auriverde” tem feito.
No mundo espiritual, a cidade de Altos tem, proporcionalmente, muitos mais terreiros da linha branca – que trabalham a pureza, paz, espiritualidade elevada e caridade, onde Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças atuam com o objetivo de auxiliar e orientar os praticantes – do que da linha preta (do contra). Em quantos jogos o time do Altos saiu em desvantagem e reverteu o resultado? Onde o Altos perdeu fora de casa? Quando o time se desesperou?
Isso mostra, também, aos incautos, o quanto as aparências sempre enganam, pois, mesmo com a sabotagem política local – que proibiu jogar no estádio municipal e ter o apoio da sua torcida –; mesmo com o apoio hesitante da crônica esportiva local; e mesmo subjugando a comissão técnica, os patrocinadores, os atletas profissionais, a diretoria, o técnico e a presidência, o Altos está colocando o Piauí, na história do futebol mundial, que nenhum outro clube profissional do estado jamais o fez antes.
Por exemplo, nenhum campeão europeu, asiático, africano, brasileiro ou sul-americano, e até o campeão da Liga dos campeões, conseguiu realizar o feito histórico do Altos na Série D – são 10 jogos, 5 vitórias, 5 empates, nenhuma derrota, 16 gols marcados, 10 gols sofridos, líder do grupo e invicto (com a maior sequência sem derrotas no país).
Então, por que a crônica esportiva, os políticos de situação e de oposição, as torcidas locais – inclusive no jogo com o time do Imperatriz havia uma torcida local torcendo contra o time piauiense – e o torcedor piauiense não se unem para conclamar e ir ao estádio Albertão; incentivar e motivar o time do Altos?
É, também, uma questão rivalista, é! É, também, uma questão de governo – estadual e municipais –, é! É, também, uma questão suspicaz da crônica esportiva local, é! É, também, o baixo sentimento de pertencimento do povo, é! É, também, uma questão política, é! Pois, o torcedor é, também, eleitor – ou seja, a ausência direta ou indiretamente, do governador, de prefeitos, de vereadores, de secretários e dos seus asseclas no estádio Albertão, nos jogos do Altos (do Piauí), pode ser vista como uma renúncia ao sentimento de piauienticidade.
Assim como a judoca piauiense Sarah Menezes, que orgulhou o povo do Piauí, quando foi a primeira campeã olímpica brasileira no judô, em Londres-2012. Se, no returno, o Altos mantiver a mesma performance e o Parnayba fizer a sua parte, poderemos ter outra final da Série D no estádio Albertão, para realizar o acesso à Série C, que o River não teve a competência, em 2015.
Então, nada ou quase nada justifica a ausência do torcedor piauiense – e a colaboração dos representantes políticos e empresariais do estado – nos jogos do Altos, se o Piauí tem um Clube na Série D, que desbanca gigantes e possui a maior série invicta do Brasil. Sem perder na Quarta Divisão do futebol brasileiro, o Altos é a equipe com a maior sequência sem derrotas, no momento, no país.
Portanto, devemos reconhecer o papel importantíssimo da performance do Altos para fortalecer a identidade piauiense, pois cria um sentimento de pertença e unidade. Isto é, a cada sucesso do Altos em campo, e tendo o apoio dos torcedores piauienses, a paixão e orgulho de ser piauiense reverberá no coletivo.
No próximo jogo, a imprensa local e nacional, e até internacional, estará aqui, para registrar a façanha do Altos. E estarei lá, como nos outros jogos: Jacaré!