Noiva de Lula, Janja ganha espaço no entorno do namorado para a campanha

Socióloga que começou a namorar o petista na prisão tem voz ativa na campanha e na busca por mulheres, artistas e ambientalistas

Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Janja 

 

metrópoles - A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, ficou conhecida no Brasil como a noiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas em plena pré-campanha do petista, Janja extrapola o rótulo de companheira do ex-presidente que tem liderado as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República. 

Janja tem tido voz ativa nas articulações do PT com movimentos de mulheres e com artistas, e ainda na articulação sobre direito dos animais, um assunto relativamente novo nas discussões do PT e que terá espaço na campanha petista ao Palácio do Planalto.

A afinidade de Janja com esse assunto tem contribuído para chamar a atenção. Em outubro do ano passado, ela esteve presente na criação de um setorial do partido para tratar exclusivamente do tema. Na ocasião, o partido divulgou um manifesto e elegeu o lema “Pela vida das pessoas e de todos os animais” que engloba a elaboração de uma política nacional para uma “interação justa e saudável entre animais humanos e não humanos”.

SUS animal

Na última semana, com a participação de Janja e de Lula, o setorial se reuniu com ONGs e influenciadores digitais, como Luisa Mell e Bela Gil, entre outros, para receber sugestões a serem incorporadas ao programa de Lula.

Entre essas sugestões, estão projetos de lei que já tramitam no Congresso e versam sobre a criação de um sistema de proteção e defesa de bem-estar animal, além de um SUS (Sistema Único de Saúde) e um Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para animais.

No encontro, Lula, ao lado de Janja, se mostrou totalmente favorável à incorporação dos temas ao programa de governo e disse que, desde a criação do setorial, vem aprendendo sobre o assunto. Ele ainda apontou e necessidade de se colocar esse tipo de formação nas escolas.

Janja se mostrou sensibilizada com denúncias de exportação de animais vivos, situação extremamente degradante contra a qual o setorial deverá se debruçar para tentar coibir.

Outras propostas apontadas por ONGs e acatadas no PT envolvem combate ao tráfico de animais, a criação de um plano nacional de contingência de desastre em massa envolvendo os animais, a criação de um programa permanente de castração de cães e gatos, além de propostas para coibir a crueldade extrema de animais de produção, ou seja, aqueles que são vendidos para alimentação.

“Embaixadora Resistência”

Não raramente, Janja usava suas redes sociais para buscar casas para animais abandonados, e ela própria adotou uma cadelinha que vivia no acampamento Lula Livre, formado em frente à Polícia Federal, em Curitiba. A vigília foi mantida durante os 580 dias de Lula na prisão. Quando saiu, Janja e Lula decidiram levar a cachorrinha para casa, em São Paulo, e a chamaram de Resistência.

Nesta semana, durante o encontro setorial do partido para direitos dos animais, Resistência foi nomeada “embaixadora” dos direitos dos animais, com direito a diploma e assinatura com as patinhas.

“Janja não se considera uma ativista, mas ela demonstrou total sensibilidade com o assunto”, defendeu Vanessa Negrini, coordenadora do setorial no PT.