Lupi pede demissão a Lula após escândalo do INSS

Ele mesmo noticiou o fato através de redes sociais

DCM - Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, conversou com o presidente Lula no Palácio do Planalto nesta sexta (2) e oficializou seu pedido de demissão do cargo. A saída do posto ocorre após o escândalo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Lupi foi aconselhado a deixar o cargo por aliados do PDT, que acreditam que sua saída pode tirar o holofote dele e do governo. Auxiliares de Lula avaliam que sua permanência trará desgastes ao petista, independente de ter sido ou não responsável pelas fraudes no instituto.

Também foi realizada a troca no comando do INSS: o procurador federal Gilberto Waller Júnior substituiu Alessandro Stefanutto na presidência do instituto. A nomeação ocorreu na última quarta (30), foi assinada pelo presidente e publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) por meio da ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior.

Stefanutto foi exonerado do cargo após ser alvo de operação da Polícia Federal. Segundo a corporação, o esquema ocorreu entre 2019 e 2024 e os prejuízos ultrapassam R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. Outros cinco servidores foram afastados e seis pessoas ligadas às entidades investigadas presas.

O ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo Jair Bolsonaro (PL), José Carlos Oliveira, foi citado na investigação sobre os descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Ele presidiu a instituição entre novembro de 2021 e março de 2022, quando passou a trabalhar na pasta.

O governo já anunciou que vai devolver as mensalidades descontadas pelo esquema. O valor será depositado diretamente na conta do aposentado ou pensionista entre os dias 26 de maio e 6 de junho, junto do pagamento mensal e da primeira parcela do 13º salário.

Um empresário bolsonarista, Antônio Carlos Camilo Nunes, conhecido como “Careca do INSS”, também foi apontado na investigação. Ele é tido como uma figura central no esquema e repassou mais de R$ 53 milhões a entidades associativas e servidores públicos envolvidos no caso, segundo a corporação.