Lula, os economistas e a economia do país

Lula marca encontro com conselheiros econômicos para bater de frente com Bolsonaro

Foto: Montagem pensarpiauí
Lula e os economistas

Nesta semana, o ex-presidente Lula (PT) reúne com quinze a vinte economistas para dar partida aos estudos sobre o seu programa de governo. O encontro deverá ser de forma remota por conta do novo pico de Covid-19.

É um grupo heterogêneo liderado por ex-ministros veteranos como Aloizio Mercadante, Nelson Barbosa, Fernando Haddad e Guido Mantega e nomes do Instituto Lula, como Marcio Pochman e Clara Ant. A intenção é trazer junto a eles economistas novos como Guilherme Mello (Unicamp), Marcelo Manzano (Unicamp), Esther Dweck (UFRJ), Pedro Rossi (Unicamp), Juvândia Moreira Leite (sindicato dos Bancários) e Tamires Sampaio (do movimento negro Conen).

A reunião tem dois objetivos. O primeiro é enterrar a ideia de um porta-voz econômico. Lula, na comparação de um auxiliar, não quer ter um “Posto Ipiranga” (como Paulo Guedes é para Bolsonaro), mas vários “Postos BR”.

Nos próximos meses haverá vários conselheiros de Lula dando entrevistas ao mesmo tempo e discordando entre si. Esse período caótico vai até Lula fechar o seu programa econômico depois do Carnaval.

O segundo objetivo é gerar um programa de oposição frontal ao programa econômico de Bolsonaro e Paulo Guedes. Um dos pontos mais avançados é o da revisão da reforma trabalhista.

O texto final só deve sair em abril, mas a forma já está definida e repete o modelo do governo socialista espanhol de enviar ao Congresso um projeto acordado com confederações patronais e centrais sindicais. Depois de levantar a pauta da mudança da reforma trabalhista, Lula interveio para atenuar o discurso da “revogação da reforma” em “revisão, com aprovação do Congresso”.