Por Gustavo Conde, Linguista, no facebook
Trata-se de um dos maiores fenômenos de sentido e de discurso possíveis de serem constatados a olho nu e de corpo presente: Lula opera uma fenda na produção de sentido público do Ocidente. Ele não tem medo de desafiar o império dos sentidos. Não se alinha covardemente ao status quo para desfrutar do poder patriarcal. Não cede. Não hesita. Não tergiversa.
As palavras de Lula sobre a guerra da Ucrânia provocaram um tsunami internacional justamente por serem cirúrgicas e quase impossíveis de contestar. Quem quer a paz? Quem quer a guerra?
Europeus e americanos agonizam em suas respectivas mediocridades, ajoelhados em seus nativos e pútridos meios de comunicação, bem como no pior jornalismo do mundo - há muitas décadas - o brasileiro.
Lula abalou as estruturas, e americanos e europeus sequer anotaram a placa do atropelamento. Toda a histeria das mídias nacionais acentua a liderança global de Lula e encurrala a solidão embolorada dos argumentos pró-ocidente e pró-guerra. Ele desfila impávido sobre os escombros editoriais das mídias nativas, transita solene na velharia exótica do jornalismo de esgoto, devasta a mediocridade tênue das elites suicidas sufocadas pelo próprio horror.