Durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência pro tempore do bloco e destacou o compromisso de impulsionar uma integração mais “ambiciosa e efetiva” entre os países sul-americanos.
Em seu discurso, Lula defendeu um Mercosul fortalecido como espaço de convergência política, econômica, cultural e tecnológica. “Vou me dedicar para que possamos avançar o máximo possível, transformando o Mercosul em um grande bloco econômico, político, cultural, científico e tecnológico”, declarou.
Entre as prioridades do Brasil à frente da presidência do bloco está a conclusão dos acordos comerciais com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. “Estou confiante de que, até o fim deste ano, assinaremos os acordos com a União Europeia e com a EFTA, criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo”, afirmou Lula.
O presidente também reconheceu as críticas de outros líderes sobre a lentidão nas decisões do bloco. “Ouvi com atenção as angústias de cada presidente: a falta de rapidez nas decisões, a demora na execução do que já foi acordado. Quero me comprometer com cada um de vocês. Prometo fazer a minha parte”, garantiu.
Lula reiterou a importância do Mercosul como instrumento de integração regional e defendeu uma agenda voltada para benefícios concretos aos cidadãos, como o reconhecimento de direitos previdenciários e a livre circulação de pessoas. Também destacou o esforço do Brasil em ampliar parcerias políticas e econômicas com outras nações, dentro e fora da América do Sul.
“Temos tudo: um povo generoso, conhecimento científico e tecnológico, experiência política. Cabe a nós decidir se seremos grandes ou pequenos, porque temos tudo para desempenhar um papel relevante na construção de um mundo mais justo e sustentável”, disse.
A presidência brasileira do Mercosul, que vai até o fim de 2025, será guiada por cinco eixos principais:
Ampliação do comércio interno e com parceiros externos
Enfrentamento das mudanças climáticas e transição energética
Estímulo ao desenvolvimento tecnológico
Combate ao crime organizado
Promoção de direitos sociais e cidadania no bloco
Segundo dados do governo, entre janeiro e maio de 2025, o comércio entre os países do Mercosul movimentou US$ 17,5 bilhões. O Brasil exportou US$ 10,2 bilhões e importou US$ 7,2 bilhões, registrando superávit de US$ 3 bilhões.
As principais importações brasileiras dentro do bloco incluem veículos automotores, trigo, centeio e energia elétrica. Já entre as exportações destacam-se automóveis de passeio, produtos industrializados e minério de ferro.