Jovem piauiense concorre ao Prêmio Nobel da Ciência Jovem

Manoel José Neto, de 17 anos, desenvolveu uma sentinela que monitora metais pesados nas águas atingidas pelo garimpo ilegal.

Os investimentos do Piauí em tecnologia se justificam. Agora, mais um expoente piauiense, o estudante Manoel José Nunes Neto, de 17 anos vai representar o Brasil no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024 (Stockholm Junior Water Prize – SJWP), o Prêmio Nobel da Ciência Jovem, que acontece na Suécia agora, em agosto. Manoel apresentará o projeto “Rover aquático autônomo para monitoramento da qualidade da água: uma ferramenta portátil de baixo custo”.

Na infância, o menino curioso que gostava de desmontar os brinquedos para conhecer seu funcionamento tornou-se um jovem que, alertado pela mãe para ter atenção aos temas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), viu a situação em que comunidades ribeirinhas estavam, a partir da degradação ambiental e resolveu contribuir.

“Desde criança sempre gostei muito da área de tecnologia, não podia ver um brinquedo que já queria desmontar para ver como funcionava e ano passado minha mãe me alertou a importância de assistir jornais por conta do Enem ai observei que a contaminação da população ribeirinha era frequente e me propus a criar um equipamento que auxiliasse essas comunidades”, contou.

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O prêmio

Ao pensarpiauí, Manoel falou mais sobre o projeto. O estudante explicou que o grau de importância da premiação justifica o nome. Ele é também o único representante brasileiro e o primeiro nordestino a chegar na grande final, na Suécia.

“O prêmio que estou concorrendo é o prêmio jovem da água de Estocolmo conhecido como o Nobel da ciência jovem pelo seu grau de importância, estou concorrendo com 30 países que selecionam apenas um representante para a grande final na Suécia, eu fui selecionado para ser o representante brasileiro e sou o primeiro nordestino a vencer as duas etapas do prêmio e ter a oportunidade de representar o Brasil”, contou Manoel.

A votação

Este é o terceiro prêmio que Manoel concorre. Ano passado, e, agora em 2024, ele fez suas duas primeiras viagens para apresentar seu projeto. Transformando a casa em laboratório, ele e a família venderam brownie e fizeram rifa para comprar materiais, construir peças e custear os eventos. Ele explicou como as votações acontecem.

“O grande vencedor é decidido com o voto popular, o projeto que mais tiver votos ganha, a votação iniciou dia 1 de agosto e vai até o dia 15 de agosto, o link está disponível no meu Instagram lá na bio @_manoel_nunes e também tem um vídeo tutorial fixado no perfil qualquer dúvida estou pedindo para o pessoal entrar em contato porque o site é todo em inglês”, explicou o jovem cientista.

Mas o que é o Rover?

De acordo com o próprio Manoel, o Rover “um mini barco autônomo que utiliza alguns sensores paramétricos para medir a qualidade da água, a navegação do barco pode ser feito de forma autônoma ou remota e durante a navegação ele mapeia o corpo d'água identificando onde estão os focos de contaminação tornando mais eficiente para que órgãos públicos e privados responsáveis pela área sejam notificados, o projeto foi feito para beneficiar a população ribeirinha que constantemente é afetada pela contaminação por esgoto, lixo ou até mesmo metais pesados como o mercúrio do garimpo ilegal, e muitas comunidades se contaminam pq não são alertadas do estado da água”.

O veículo atua como uma sentinela responsável por identificar e alertar sobre estes corpos d’água.