Intervenção federal no Rio e a morte da vereadora Marielle Franco

Intervenção federal no Rio e a morte da vereadora Marielle Franco

Mulher, negra, nascida e criada no Complexo da Maré, a vereadora Marielle Franco (PSol) era defensora dos direitos humanos e socióloga. Foi a quinta candidata à Câmara dos Vereadores mais votada em 2016. Na noite desta quinta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro, ela foi executada a tiros dentro de um carro junto com seu motorista. Uma assessora escapou com ferimentos graves. Uma tragédia anunciada.
A imprensa toda repercute e assinala: No sábado, ela compartilhou em seu perfil no Facebook o relato de que policiais do 41º Batalhão da PM do Rio estariam aterrorizando moradores da comunidade."Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento (...) Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", denunciou Marielle pedindo que a imagem postada pelo Coletivo Papo Reto fosse compartilhada por todos.
Segundo o jornal O Globo Marielle Franco questionava a situação da segurança pública do estado, criticava duramente a intervenção federal do Governo Temer e os recentes casos de violência na cidade. No Twitter, quando comentava a morte de mais um jovem no Rio, a vereadora publicou: Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?
Logo no início do seu mandato, a vereadora apresentou projetos que visam fortalecer os direitos das mulheres. Um deles é o projeto de lei “Pra fazer valer o Aborto Legal”, que tem por objetivo qualificar profissionais para informar e garantir atendimento de mulheres que tem direito de abortar, em casos de anencefalia, risco de morte e estupro; O espaço coruja, que é creche estendida ao horário noturno. "Ser mulher negra é resistir e sobreviver o tempo todo", declarou em entrevista ao Brasil de Fato.