Inflação recua em janeiro e preços dos alimentos devem começar a cair

IPCA foi de 0,16%, o menor índice para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou em janeiro um recuo histórico de 0,16%, o menor índice para o mês desde a implementação do Plano Real, em 1994. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). Esse resultado reforça a tendência de desaceleração da inflação e pode sinalizar uma possível redução nos preços dos alimentos nos próximos meses.

Em comparação com dezembro, quando a inflação foi de 0,52%, a taxa de janeiro foi 0,36 ponto percentual mais baixa. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA apresenta uma alta de 4,56%.

Os grupos que mais influenciaram o índice de janeiro foram Transportes, com alta de 1,30%, e Alimentação e Bebidas, que subiram 0,96%. Por outro lado, o grupo Habitação teve uma queda de 3,08%, com destaque para a redução nas tarifas de energia elétrica, o que ajudou a conter a inflação.

O principal fator para a desaceleração da inflação foi a queda de 14,21% nas tarifas de energia elétrica, devido ao “Bônus de Itaipu” que impactou positivamente as contas de luz. Esse recuo contribuiu para uma redução de 0,55 ponto percentual no índice. Já as taxas de água e esgoto aumentaram 0,97%, refletindo reajustes em várias capitais, como Belo Horizonte, Campo Grande e Rio de Janeiro. O gás encanado também subiu 0,49%, devido a aumentos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

No setor de Transportes, os preços subiram 1,30% devido ao aumento nas passagens aéreas (10,42%) e nas tarifas de ônibus urbano (3,84%), com várias capitais reajustando suas tarifas. Os combustíveis também tiveram uma leve alta, com destaque para o etanol (1,82%) e o óleo diesel (0,97%), enquanto a gasolina subiu 0,61%.

O grupo Alimentação e Bebidas avançou 0,96%, o quinto mês consecutivo de alta. No entanto, alguns produtos apresentaram quedas, como a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%), sugerindo uma possível diminuição nos preços em breve. Por outro lado, produtos como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%) tiveram grandes aumentos. A alimentação fora do domicílio também desacelerou, com a alta passando de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro.

Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias de menor renda, não teve variação em janeiro, permanecendo estável em 0,00%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 4,17%, abaixo dos 4,77% registrados até dezembro. Produtos alimentícios apresentaram uma desaceleração, indo de 1,12% em dezembro para 0,99% em janeiro, enquanto itens não alimentícios registraram variação negativa de -0,33%.