O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, afirmou que “o motivo real” para o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi a falta de apoio político, não as pedaladas. A declaração foi em artigo para a edição de estreia da revista do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).
“A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ —violação de normas orçamentárias—, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, afirmou Barroso.
Barroso já havia expressado esse raciocínio em julho de 2021, durante um simpósio em que afirmou: “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela [Dilma] não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”.
Na sequência do texto, ainda inédito, Barroso comparou o quadro com o vivido pelo ex-presidente Michel Temer, que sucedeu a petista.
“O vice-presidente Michel Temer assumiu o cargo até a conclusão do mandato, tendo procurado implementar uma agenda liberal, cujo êxito foi abalado por sucessivas acusações de corrupção. Em duas oportunidades, a Câmara dos Deputados impediu a instauração de ações penais contra o presidente.”
No Twitter, rede social muito usada por formadores de opinião, a hastag #foigolpe esteve entre os assuntos mais comentados do dia. As postagens foram levantadas tanto por políticos e lideranças de esquerda, como também por influenciadores e partidos da direita.