Durante o evento Nordeste em Pauta: Indústria e Inovação, promovido nesta terça-feira (10/6) pelo portal Metrópoles em parceria com o Banco do Nordeste, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), destacou a importância do papel ativo do governo federal no desenvolvimento regional. Fonteles, que também preside o Consórcio Nordeste, elogiou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o crescimento econômico observado no país é resultado de uma “decisão política” que aposta na indústria, ciência, tecnologia e inovação.
“O presidente Lula acredita que o poder público tem que ter um papel ativo, como indutor do desenvolvimento econômico. Por isso os números são tão vibrantes”, declarou o governador. Ele também defendeu o crédito como ferramenta essencial para fomentar investimentos, especialmente em tempos de restrições orçamentárias: “A ferramenta do crédito é, talvez, a mais importante para garantir o desenvolvimento do Brasil e atrair investimentos”.
Os dados mais recentes do IBGE indicam que a economia nordestina cresceu 4,0% em 2024, superando a média nacional de 3,8%. A produção industrial da região avançou 2,5%, com destaque para estados como Rio Grande do Norte (7,4%), Ceará (6,9%) e Pernambuco (4,6%), todos acima da média nacional de 3,1%.
Na mesma ocasião, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também reforçou o protagonismo do Nordeste e apresentou medidas do governo federal para acelerar o desenvolvimento regional com base em inovação e sustentabilidade. Para a ministra, “o Nordeste é uma potência” e deve ocupar papel estratégico na nova política industrial do Brasil. Ela anunciou a Chamada Pública Nordeste, que prevê até R$ 10 bilhões em investimentos em setores como energias renováveis, bioeconomia, descarbonização, data centers verdes e o setor automotivo.
A iniciativa envolve uma ampla articulação entre instituições públicas e financeiras como Finep, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Sudene e o próprio Consórcio Nordeste. “Estamos assumindo uma postura ativa, apresentando aos empresários nordestinos opções para contribuir com o desenvolvimento sustentável, tecnológico e inclusivo da nossa região”, disse Luciana.
Entre os instrumentos que serão mobilizados estão crédito incentivado, subvenção econômica, participação acionária e recursos não reembolsáveis. A ministra destacou ainda o salto nos investimentos da iniciativa Nova Indústria Brasil (NIB), que somam R$ 21,2 bilhões até maio de 2024 — mais que o triplo dos R$ 7,8 bilhões registrados em 2023. Esses recursos apoiam mais de 2.700 projetos nas áreas de saúde, infraestrutura urbana, transformação digital, defesa e outras.
Luciana Santos também ressaltou a necessidade de reduzir a dependência tecnológica em setores estratégicos, citando como exemplo a construção do Reator Multipropósito Brasileiro, voltado à produção nacional de radioisótopos, essenciais no tratamento do câncer e hoje majoritariamente importados da Rússia.
Outro destaque foi o lançamento do fundo FIP Nordeste Capital Semente, que terá aporte inicial de R$ 120 milhões para financiar startups com faturamento anual de até R$ 48,5 milhões. O fundo é voltado a empresas de base tecnológica e é fruto da parceria entre Finep, Banco do Nordeste e Sebrae.
O evento contou ainda com a presença de representantes do setor público e financeiro, como o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; a diretora do BNDES, Maria Fernanda Coelho; o diretor do Banco do Nordeste, Aldemir Freire; o economista-chefe do banco, Rogério Sobreira; e o diretor da Finep, Márcio Stefanni. A programação, mediada pelo jornalista Igor Gadelha, foi dividida em dois painéis e consolidou a visão de que a união entre governos, setor produtivo e academia é fundamental para alavancar o futuro industrial do Nordeste.
Com informações do Metrópoles