Após uma alta expressiva do dólar no final de 2024, quando o Banco Central ainda estava sob a gestão do bolsonarista Roberto Campos Neto, o real se recuperou nas primeiras semanas de 2025. Segundo Gleisi Hoffmann, presidente do PT, essa recuperação gerou explicações confusas por parte dos chamados especialistas do mercado. Em dezembro, a moeda norte-americana ultrapassou os R$ 6,30. Porém, neste sábado (25), o valor caiu para US$ 1 a R$ 5,89.
"Até analistas conservadores da mídia começam a duvidar das explicações do mercado sobre a queda do dólar em relação ao real nos últimos dias. A verdade é que o dólar caiu tanto porque nunca houve justificativa objetiva para ter chegado a R$ 6,30 entre novembro e dezembro", iniciou a deputada federal.
Gleisi também criticou as intenções da classe que lucra com especulações financeiras. "Foi um movimento especulativo escandaloso, feito para pressionar as expectativas de inflação, aumentar os juros e cortar investimentos e políticas sociais do governo", afirmou.
Alguns especialistas associaram a queda do dólar a uma série de fatores, incluindo o recuo da moeda desde o dia 3 de janeiro, quando ela alcançou um pico de R$ 6,18. A diminuição recente poderia estar relacionada à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que ocorreu na segunda-feira (20). A expectativa no mercado é de que Trump possa não implementar as medidas agressivas que havia prometido durante a campanha eleitoral, como o aumento de tarifas sobre importações da China, União Europeia, México e Canadá.
No entanto, essa explicação não convenceu totalmente a petista, que questionou os responsáveis pela desvalorização artificial do real: "E quem comandou essa manobra ganhou muito dinheiro, à custa do país, que vai arcar com bilhões de juros sobre a dívida pública, e ao custo do crescimento econômico. O mais grave é que o crime foi cometido à luz do dia, com aplausos da mídia."