Gleisi defende Janja após ação de vereador bolsonarista

“Não seria alvo se ficasse omissa diante da realidade”, escreveu a presidente do PT.

A deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), se manifestou em defesa da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, após a ação popular movida pelo vereador bolsonarista Guilherme Kilter (Novo) de Curitiba. A parlamentar usou suas redes sociais para criticar a ação judicial, afirmando que Janja está sendo atacada por sua atuação em causas sociais importantes, como os direitos das mulheres e o combate à fome.

A ação questiona o fato de Janja manter uma equipe composta por pelo menos 12 pessoas, sem ocupar um cargo formal no governo, o que gerou um custo de R$ 160 mil mensais em salários e R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.

Gleisi Hoffmann se posicionou contra a ação movida por Kilter, chamando os ataques a Janja de frutos da “extrema-direita, dos machistas e dos preconceituosos”. Ela afirmou que a primeira-dama só está sendo alvo por se envolver em causas relevantes. “Não seria alvo se ficasse omissa diante da realidade”, escreveu a presidente do PT.

A deputada também fez uma crítica à tramitação do processo, destacando a falta de consenso sobre por onde ele deveria tramitar. “Leio agora que um vereador de Curitiba, da turma do cassado [Deltan] Dallagnol, moveu ação judicial contra ela tão mal preparada que nem o Judiciário sabe por onde deve tramitar. Fique firme, Janja, e conte com a nossa solidariedade”, disse.

O caso aguarda uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinará se o processo será conduzido pela Justiça de Curitiba ou do Distrito Federal, onde Janja tem domicílio.

Por sua vez, Guilherme Kilter reagiu de forma breve à publicação de Gleisi, com o comentário "Grande dia", uma expressão frequentemente associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Kilter, então, alegou que sua ação não se tratava de machismo, mas de um “zelo pelo dinheiro público”, sugerindo ainda que deixaria Janja em paz caso ela parasse de realizar eventos com recursos públicos.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) foi questionada sobre o caso e forneceu informações sobre os cargos formais dos membros da equipe de Janja, mas não detalhou os custos envolvidos.