Por Ricardo Noblat, jornalista, no Metrópoles
Sem candidatos competitivos nas grandes capitais, o PT deve entrar na briga dos irmãos Gomes no Ceará. Ciro e Cid estão rachados há quase um mês por causa da disputa na prefeitura de Fortaleza em 2024. Enquanto o eterno presidenciável defende uma chapa puramente composta pelo PDT para a eleição, o senador deseja formar uma aliança com o PT.
A tal aliança com o Partido dos Trabalhadores implicaria na indicação de um vice-prefeito petista para a chapa encabeçada por José Sarto (PDT), atual prefeito e pré-candidato à reeleição. No entanto, algumas alas do partido no Estado já veem no horizonte uma outra alternativa.
O ministro da Educação, Camilo Santana, surge como uma aposta. O ex-governador do Ceará é bastante popular na capital e poderia aproveitar a crise entre os irmãos Gomes para se tornar prefeito. No entanto, essa não é exatamente a vontade de Cid nem de Ciro.
José Sarto enfrenta uma tensão em sua base na Câmara de Fortaleza. Recentemente, os vereadores Júlio Brizzi e Ana Paula, ambos do PDT, deixaram a base do prefeito e integraram o bloco da oposição. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada em 5 de junho, apenas 16% dos entrevistados consideram a gestão de Sarto como ótima ou boa. A avaliação regular é de 42%, enquanto 39% a consideram ruim ou péssima.
Integrantes do PDT no Estado alertam que uma disputa entre a esquerda é prejudicial para a eleição. Entendem que a rixa pode fazer com que o bloco perca o controle da cidade, já que Capitão Wagner, ex-deputado federal e bolsonarista raiz, aparece como o favorito para se tornar prefeito, também segundo o Datafolha.