Folha propõe perdão aos golpistas do 8 de janeiro

Fica claro, portanto, que o objetivo é anistiar personagens como Jair Bolsonaro

O jornal Folha de S. Paulo, que apoiou a ditadura militar de 1964, chegando até a emprestar seus carros para o aparato de tortura, o golpe de estado de 2016 e o choque neoliberal dele decorrente desembarcou melancolicamente, nesta quinta-feira, da operação de ataque, em parceria com Glenn Greenwald e a extrema-direita internacional, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que agiu para evitar um novo golpe no Brasil, desta vez por Jair Bolsonaro e seus asseclas, nas eleições presidenciais de 2022.

A saída encontrada pela Folha foi um editorial com críticas a Moraes e a seus colegas de Supremo Tribunal Federal, que o defenderam de forma enfática e sem margem para qualquer contestação. "Não estão em questão a boa-fé de Alexandre de Moraes nem a obtusidade da ala do bolsonarismo que flertou com a ruptura institucional. Discutem-se os meios utilizados para enfrentar a ameaça, real", aponta o editorial

No mesmo texto, a Folha revela sua provável intenção, que parece ser a anistia a Jair Bolsonaro, único político capaz de fazer frente a uma eventual reeleição do presidente Lula em 2026. "É uma pena que, por espírito de corpo, colegas de Moraes tenham se apressado a conceder-lhe um novo salvo-conduto. Há acusados e investigados que poderão, com base nas informações que vêm sendo levantadas pelo jornalismo profissional, solicitar a nulidade de provas ou a reversão de decisões", escreve o editorialista. "Já sabem que contarão com a antipatia do tribunal que deveria zelar pelas prerrogativas fundamentais dos brasileiros, entre as quais fulgura o devido processo legal", finaliza.

Folha reconhece ter promovido narrativa de Bolsonaro com acusações infundadas contra Moraes

Por meio de sua coluna Painel, reconheceu que contribuiu para fortalecer a narrativa bolsonarista ao divulgar mensagens sugerindo uma suposta atuação irregular do ministro Alexandre de Moraes no STF, em sua luta contra o extremismo de direita. 

As acusações foram prontamente rebatidas no STF, com apoio de ministros, além do procurador-geral da República e do advogado-geral da União.

Entre os articuladores da pressão sobre Moraes, destaca-se o senador Eduardo Girão (Novo-CE) e a deputada Bia Kicis (PL-DF), que alegaram ao Painel suposta parcialidade nas decisões do ministro. No entanto, essas acusações carecem de base sólida e são vistas no STF como parte de uma campanha coordenada para minar as instituições. O governador Tarcísio de Freitas declarou ao jornal apoio aos movimentos, o que poderá aumentar a tensão no cenário político nacional.

"Agora ficou provado que ele era suspeito, que não podia votar nada disso. Porque ele era totalmente parcial. Então pelo mesmo motivo que se anulou lá atrás a condenação do Lula, eu acho que tem que aplicar agora", disse Kicis.

Com informações do 247