Por Coletivo de Comunicação do MST
Iniciou na segunda (05), o plantio de 50 mil mudas de árvores em assentamentos organizados pelo MST, na região da Chapada Diamantina. Entre os municípios de Wagner e Lençóis, o plantio irá até o dia 20 deste mês. O objetivo é reflorestar parte das margens do Rio Utinga e seus afluentes, um conjunto de riachos que compõem parte da bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu.
O plantio está sendo realizado no assentamento São Sebastião de Utinga, município de Wagner, e no assentamento Bela Flor, situado no município de Lençóis. Segundo Abraão Brito, articulador político do MST na Chapada Diamantina, esta é a segunda etapa do plantio de mudas realizada pelo MST na regional.
O Movimento tomou uma decisão de plantar 100 mil mudas de árvores na Chapada Diamantina este ano. Conforme Abraão, já foram plantadas mais de 46 mil mudas até o momento. Agora, estão sendo plantadas mais 50 mil mudas.
O plantio é parte de um projeto de reflorestamento da microbacia do Rio Utinga e da Campanha Nacional de Plantio de Árvores e Alimentação Saudável do MST.
Na Bahia, a Campanha Nacional de Plantio de Árvores foi lançada no final do 32º Encontro Estadual do Movimento, realizado nos dias 6, 7 e 8 de dezembro de 2019, em Salvador. A iniciativa vai de encontro com os números alarmantes do aumento do desmatamento pelo país.
Para 2020, foi previsto o plantio de 100 mil árvores nas dez regiões onde o MST está organizado no estado, contabilizando ao todo, um milhão de mudas. Para os próximos dez anos, está previsto o plantio de 10 milhões de arvores no estado, e em todo o país, a meta do MST é plantar 100 milhões de árvores durante este período.
A intenção do Movimento Sem Terra é que o plantio de arvores seja realizado em parceria com outras organizações, entidades, movimentos, e toda a sociedade.
O plantio que está sento realizado nos assentamentos localizados na regional Chapada Diamantina, durante esses 20 dias, é também fruto de um projeto de reflorestamento de partes do Rio Utinga. O projeto foi uma conquista dos Movimentos Sociais, como o MST, CETA, CPT, Comunidades Ribeirinhas, Comunidades Quilombolas, Comunidades Indígenas, Escolas e parte da Sociedade que se mobilizaram e cobraram do Estado medidas para a preservação e recuperação da mata ciliar de parte do rio Utinga.
O projeto de Restauração da Vegetação Nativa na Microbacia do Rio Utinga e APA Marimbus/Iraquara
Durante o lançamento da Campanha de Conservação da bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu, o Secretário de Meio ambiente do Estado da Bahia, Geraldo Reis, anunciou que iria disponibilizar em forma de licitação recursos, com a perspectiva de revitalizar mais de 100 hectares na microbacia do rio Utinga. Embora não seja suficiente para resolver a situação, o projeto é fundamental para as comunidades, e está sendo executado pela empresa Agrotopo Engenharia e Meio Ambiente em parceria com as Comunidades e Movimentos Sociais.
O projeto é resultado das ações do MST em parceria com outras organizações, que durante os protestos solicitaram ao governo do estado a revitalização da Bacia e Sub-Bacia Hidrográfica do rio Utinga.
Durante a execução do projeto foram criados dois viveiros para produção de mudas. Um viveiro foi instalado no assentamento São Sebastião de Utinga, com capacidade mínima de 40 mil mudas anuais, e outro no Centro Territorial de Educação Profissional – CETEP, em Wagner, com capacidade mínima de 10 mil mudas anuais.
Em parceria com o projeto, o MST está reflorestando áreas no assentamento Patís, município de Utinga, e nos assentamentos Laranjeira, São Sebastião de Utinga e Rio Bonito (Jaqueira) em Wagner/BA. Em Lençóis, o reflorestamento ocorre no assentamento Bela Flor.
Ao todo, estão sendo restaurados 110 hectares em pequenas propriedades da Agricultura Familiar, assentamentos de reforma agrária e comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) nos municípios de Bonito, Wagner, Utinga, Lajedinho, Lençóis, Iraquara, Andaraí e Nova Redenção, prioritariamente em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e áreas destinadas a Reserva Legal.