Fábio Novo é eleito presidente estadual do PT no Piauí; disputa em Teresina segue para segundo turno

A disputa pela presidência do Diretório Municipal de Teresina será definida em segundo turno, no próximo dia 20

O deputado estadual Fábio Novo foi eleito presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores no Piauí, vencendo com ampla margem o vereador Dudu Borges. Esta será a terceira vez que Fábio assume o comando da legenda no estado. Alinhado ao governador Rafael Fonteles e ao ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, ele terá papel estratégico na condução do partido rumo às eleições de 2026.

A missão do novo presidente será ambiciosa: garantir a reeleição de Fonteles ao governo estadual, manter a condição de maior bancada na Assembleia Legislativa — atualmente com 12 deputados — e preservar ou ampliar os quatro assentos que o PT ocupa hoje na Câmara Federal. Além disso, Fábio Novo deve ter papel de destaque nas articulações para a definição do nome que comporá a chapa de reeleição como vice de Rafael Fonteles.

Enquanto o cenário estadual aponta para uma vitória consolidada da corrente majoritária, o quadro na capital é de acirramento. A disputa pela presidência do Diretório Municipal de Teresina será definida em segundo turno, no próximo dia 20. O vereador João Pereira, da tendência CNB (Construindo um Novo Brasil), saiu na frente ao obter 1.458 votos no primeiro turno, superando o atual presidente, Cícero Magalhães, que somou 1.397 votos. A diferença entre os dois foi de 61 votos.

A terceira colocada, Nayara Costa — também integrante da CNB — obteve 295 votos e deve declarar apoio a João Pereira, fortalecendo sua candidatura no segundo turno. Caso vença, será a primeira vez que a corrente majoritária petista comandará o diretório municipal de Teresina.

Na reta final da apuração do primeiro turno, os números chegaram a mostrar uma diferença de apenas 1,15% entre Magalhães e Pereira, acirrando os ânimos na disputa. Com a apuração avançando, Pereira consolidou a liderança com 146 votos de vantagem.

Agora, o desafio de Magalhães será virar o jogo e evitar a derrota em um diretório historicamente controlado por sua corrente interna. O desfecho em Teresina promete manter o clima de disputa acirrada dentro do PT piauiense — mesmo com a situação praticamente resolvida no âmbito estadual.

Impasse em Minas Gerais adia desfecho da eleição nacional do PT

As eleições internas do Partido dos Trabalhadores (PT) terminaram com um impasse que impede, por ora, a conclusão do processo nacional de apuração. A indefinição se deve à suspensão do pleito em Minas Gerais, um dos maiores colégios eleitorais do partido, após decisão judicial que determinou a inclusão da deputada federal Dandara Tonantzin na disputa pela presidência estadual da legenda.

A decisão foi tomada na noite de sábado (5) e levou a direção nacional do PT a cancelar todas as etapas do Processo de Eleições Diretas (PED) no estado — incluindo as votações nos diretórios municipais, estadual e nacional — que estavam previstas para o domingo (6). O partido alegou que, diante da decisão judicial, não haveria condições logísticas para incluir o nome da parlamentar nas cédulas já enviadas às mais de 800 cidades mineiras.

Com isso, a eleição em Minas segue sem nova data definida, o que compromete a consolidação dos resultados em nível nacional. A previsão inicial era que os dados de todos os estados fossem encaminhados ao sistema do partido até as 14h desta segunda-feira (7), prazo que agora está suspenso.

O presidente interino do PT, senador Humberto Costa, classificou como um “equívoco” a judicialização da disputa interna por parte da deputada Dandara. “Pessoalmente, considero que o partido tem sua autonomia. Todas as decisões são tomadas por maioria significativa. Neste caso, foi uma decisão do Diretório Nacional, e acredito que recorrer à Justiça foi um erro”, afirmou o dirigente em entrevista na sede nacional do PT, em São Paulo.

A candidatura de Dandara havia sido barrada sob a alegação de inadimplência de suas contribuições partidárias — requisito estatutário para concorrer. No entanto, a Justiça entendeu que a deputada deveria ter garantido o direito de disputar o comando da legenda em Minas Gerais em igualdade de condições com os demais candidatos.

Diante do impasse, a Executiva Nacional do partido convocou uma reunião extraordinária para hoje, às 17h, com o objetivo de debater não apenas o caso de Minas, mas também outras situações de judicialização envolvendo filiados em diferentes estados.

Em nota oficial, o PT reforçou que a suspensão do pleito em Minas Gerais busca “cumprir integralmente a decisão judicial, sem comprometer a integridade do processo eleitoral interno”. A sigla também declarou que não reconhece como legítimas as manifestações do Diretório Estadual de Minas sobre os efeitos da decisão judicial, reafirmando que cabe exclusivamente à instância nacional conduzir o processo do PED.

A direção nacional ainda informou que entrará com recurso para contestar a intervenção do Judiciário, sob o argumento de que a autonomia partidária precisa ser respeitada. Até a conclusão do imbróglio, o desfecho das eleições internas do PT seguirá em suspenso — com Minas Gerais como ponto de tensão central.