Exército manda Bolsonaro engolir General pró-isolamento social

Bolsonaro foi obrigado a se enquadrar nos critérios tradicionais de nomeação e a ceder aos militares

Foto: Reprodução
General Paulo Sérgio

Por Kiko Nogueira, jornalista, no DCM

Mais uma prova da desmoralização de Jair Bolsonaro: o novo comandante do Exército é o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Trata-se do homem que deu entrevista ao Correio Braziliense defendendo medidas de combate à covid-19 como lockdown e uso de máscaras.

As declarações do cearense Paulo Sérgio, refutando o negacionismo bolsonarista, foram um dos motivos que levaram à demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

Falou também numa “terceira onda” da covid-19.

“Desde a chegada ao quartel até a instrução; à noite, na hora de dormir; é o termômetro na entrada, higienização dos pés, álcool em gel, uso da máscara, distanciamento. Nós testamos praticamente todos os recrutas, quase 90%, e o índice de contaminação foi muito baixo”, afirmou.

Paulo Sérgio chefiava o Departamento-Geral do Pessoal e é a autoridade máxima de saúde e de recursos humanos da corporação.

Foi comandante militar do Norte e integra o Alto-Comando.

Bolsonaro foi obrigado a se enquadrar nos critérios tradicionais de nomeação e a ceder aos militares.

A crise deflagrada por ele deu um tiro no pé e fracassou a iniciativa de nomear um radical de extrema direita.

O presidente está na mão do Centrão, do Exército e da Justiça.