“Esquerda entra com o pé direito”

“Foram muitos acertos em pouco tempo”, diz Míriam Leitão sobre Lula e sua equipe de transição

Foto: Divulgação
Miriam Leitão e Lula

 

Em sua coluna dominical em O Globo, entitulada “Esquerda entra com o pé direito” a jornalista Míriam Leitão fez um balanço dos primeiros atos de Lula e sua equipe e teceu considerações elogiosas ao que já foi feito “foram muitos acertos em pouco tempo”. Confira trechos:

Foram muitos acertos em pouco tempo. O presidente eleito decidiu comparecer à reunião global do clima como primeiro movimento diplomático e escolheu Geraldo Alckmin, bom gestor e com cara de frente ampla, para coordenar a transição. A negociação com o relator do orçamento foi iniciada imediatamente e já se desenha uma solução para a desordem do orçamento. As conversas para a formação de uma coalizão com partidos do centro e do centrão. Com todos esses acertos, o novo governo ocupou todo o espaço político. A sucessão começou antes do prazo regimental. (…)

Bolsonaro abandonou seu governo e continua errando. Seu ato mais desastrado foi ser conivente, durante 72 horas, com os crimes cometidos nas estradas pelos seus seguidores. Aqueles atos foram financiados e isso precisa ser investigado. Os vitoriosos nem perderam tempo em brigar com golpistas. Enquanto seguidores de Bolsonaro protagonizavam cenas de histeria, os representantes do novo governo foram tratar das questões urgentes da administração.(…)

Nos primeiros dias pós eleição, a Noruega já desbloqueou os recursos do Fundo Amazônia, a Alemanha fez o mesmo, o que coincidiu com a decisão do STF de mandar o governo reativar o Fundo em 60 dias. Ao fim desse prazo já será outro governo. O fundo europeu Nordea Asset Management retirou as restrições para investimentos em títulos do governo brasileiro. O Brasil tinha sido cancelado na esteira da escalada do desmatamento no governo Bolsonaro. (…)

Em Brasília, todas as atenções já se voltam para o Centro Cultural Banco do Brasil onde ficará instalado o gabinete de transição. Há inúmeros problemas a serem enfrentados. O rombo nos gastos públicos herdado de Bolsonaro é enorme e, por isso, foi tratado como o problema número um. As negociações para que isso seja resolvido estão em pleno andamento. Costurou-se também um acordo para que não sejam aprovadas pautas bombas na área fiscal. (…)