Os parlamentares que compõem o bloco de esquerda do PT na Câmara dos Deputadosdecidiram em reunião nesta terça-feira (25) que irão apresentar uma série de emendas (destaques) ao projeto de arcabouço fiscal do governo.
"Há vários pontos do projeto do qual discordamos", disse à Revista Fórum o deputado Pedro Uczai (PT-SC), coordenador do bloco, que reúne parlamentares de todas as tendências do partido, exceto a majoritária, a Construindo um Novo Brasil (CNB) de líderes como Gleisi Hoffmann e o próprio presidente Lula.
Segundo Uczai, alguns dos pontos críticos do projeto para a esquerda do partido são o fim da vinculação constitucional dos investimentos em educação e saúde, a restrição à capitalização dos bancos públicos e a banda da meta fiscal que na proposta de Haddad-Tebet tem margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos.
Isso não quer dizer que o bloco pretenda votar contra o arcabouço.
"Temos compromisso com o governo do presidente Lula e jamais iremos compor com a oposição; votaremos a favor", garantiu o deputado catarinense.
A posição do grupo incomoda o ministro Fernando Haddad e tem tensionado a relação interna no partido e no governo.
A posição do bloco será apresentada à bancada do PT na próxima terça-feira (2/5) e Uczai avalia que pode se tornar a posição oficial do partido na Câmara. O bloco de esquerda tem 30 dos 69 deputados e deputadas e petistas.
Segundo uma líder do bloco, a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, que tem manifestado críticas agudas à política de juros do Banco Central e restrições a aspectos do arcabouço, pode apoiar a posição do bloco de esquerda: "Se ela fizer isso, meia dúzia de deputados da CNB pode vir junto e faremos maioria".
A reunião da bancada do PT na próxima semana começará a definir o perfil parlamentar do partido.
Com informações da Fórum