Empresas francesas pretendem investir cerca de R$ 100 bilhões no Brasil até 2030. O anúncio foi feito por Jorge Viana, presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), durante o encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, realizado em Paris.
A estimativa foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião com executivos de 14 grandes companhias francesas, como parte da agenda oficial da comitiva brasileira na capital francesa.
O valor foi detalhado por Jean-Pierre Clamadieu, presidente do conselho de administração da Engie — uma das maiores empresas privadas do setor energético no Brasil e membro do conselho da Business France, agência de promoção de investimentos da França, equivalente à ApexBrasil.
No encerramento do fórum, Lula reforçou o interesse do Brasil em estreitar os laços econômicos com a França. O evento contou com a presença de importantes empresários brasileiros, como Marcos Molina (Marfrig), Wesley e Joesley Batista (J&F), e Rubens Ometto (Cosan), além de executivos de empresas como Porto do Açu, BRF, Braskem, Vale, Engie, Schneider Electric, BB Seguridade e Caixa Seguridade.
Lula tem dado ênfase à diplomacia comercial em seu terceiro mandato, apostando na presença pessoal como instrumento de avanço nos acordos bilaterais — estratégia semelhante à adotada durante a visita oficial à China, no mês anterior.
Em discurso em Paris, o presidente brasileiro criticou o protecionismo comercial, sem mencionar diretamente os Estados Unidos ou o ex-presidente Donald Trump, que têm adotado tarifas mais rígidas:
“O mundo não tem dono. Cada país é soberano e faz o que quiser.”
O ministro delegado francês para o Comércio Exterior e os Franceses no Exterior, Laurent Saint-Martin, também defendeu o fortalecimento das relações econômicas com o Brasil. Ele destacou que cerca de 1.300 empresas francesas atuam no país, gerando cerca de 500 mil empregos, e afirmou que o comércio bilateral — atualmente na casa dos US$ 10 bilhões anuais — tem potencial para crescer ainda mais.
Saint-Martin anunciou ainda que visitará o Brasil no fim de junho, acompanhado de uma delegação empresarial, com o objetivo de aprofundar os laços comerciais entre os dois países.
O Fórum Econômico Brasil-França reuniu cerca de 600 empresários e executivos dos dois países. Os debates giraram em torno de temas como descarbonização, transição energética, infraestrutura, mobilidade e o papel do setor privado na COP-30.
A iniciativa foi promovida em conjunto pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), ApexBrasil e MEDEFi (Mouvement des Entreprises de France International).