Em ato em Belém, Lula defende "cultura nacionalizada" e programação estadual na televisão

"A cultura de um país é o que dá para nós civilidade, nacionalidade, respeito. É preciso parar de tratar a cultura como gasto", afirmou o petista

Foto: Reproduçã/UOL
Lula em Belém

247- O ex-presidente Lula (PT) participou nesta quinta-feira (1) de um encontro com representantes da cultura do Pará e defendeu uma "cultura nacionalizada". Segundo ele, o eixo Rio de Janeiro-São Paulo não pode monopolizar a produção cultural do país e a programação das redes de televisão.

"Vamos retomar o Ministério da Cultura e vamos criar comitês estaduais de cultura. Tem uma coisa que eu não posso dizer que vou fazer, porque não vai depender do presidente da República - vai depender do Congresso Nacional - é que não é mais possível no século XXI a gente ter as emissoras de televisão, retransmissoras das matrizes, que geralmente estão em São Paulo ou no Rio de Janeiro, que não têm programação estadual. Só tem meia hora de manhã no jornal, meia hora no almoço e meia hora de tarde. Por que não tem a programação com os artistas locais durante um período da tarde ou da manhã? Por que a cultura desse país não pode ser nacionalizada?", questionou.

"A cultura vai ganhar força em um próximo e possível mandato nosso na Presidência da República. Vai ganhar força porque precisamos mostrar ao Brasil inteiro o que nós somos", completou o petista, que falou também do significado da cultura para uma nação: "a cultura de um país e a cultura de um povo é uma das coisas mais importantes e é o que dá para nós civilidade, nacionalidade, respeito. É preciso parar de tratar a cultura como gasto".

O ex-presidente garantiu que fará mais investimentos na cultura do que fez enquanto esteve à frente da Presidência da República e voltou a dizer que não poder fazer menos do que já fez. "Se vocês acham que no meu governo a cultura foi bem incentivada ou tratada com muito respeito, se preparem, porque vocês vão ter que me ajudar a fazer muito mais. Eu não posso voltar a presidir o país e fazer menos do que eu já fiz, eu não posso voltar e fazer igual. Eu tenho que fazer mais do que eu já fiz".

"Temos que recuperar a economia desse país, o poder aquisitivo do salário mínimo, gerar mais empregos, temos que fazer de tudo um pouco mais. Eu quero fazer mais universidades, eu quero investir mais no Ensino Fundamental, quero investir mais no Ensino Médio, mais em Ciência e Tecnologia, eu quero mandar mais jovens para estudarem e virarem doutores nas melhores universidades do mundo. Quero que esse país seja efetivamente grande, potente enquanto nação. Que esse país seja levado em conta na geopolítica", disse.