Eles perderam a eleição mesmo sem disputá-la

Freixo e Haddad fugiram da raia

Foto: JB
Freixo e Haddad

 

Da coluna de Bernardo Mello Franco no Globo:

É possível perder uma eleição sem disputá-la? No domingo, Jair Bolsonaro não foi o único a mostrar que sim. No Rio e em São Paulo, dois líderes do campo progressista abriram mão de se candidatar a prefeito. Ao fugir da raia, eles frustraram aliados e levaram seus partidos a encolher nas urnas.

Marcelo Freixo, do PSOL, tinha boas chances de se eleger no Rio. Em maio, surpreendeu ao desistir da candidatura. O deputado alegou que a esquerda não se uniu para apoiá-lo. Era uma meia verdade. O PT já havia topado uma aliança, com Benedita da Silva como vice. (…) De São Paulo, veio o exemplo de que Freixo não precisava tanto de uma frente ampla. Com apenas 17 segundos na TV, Guilherme Boulos levou o PSOL ao segundo turno contra Bruno Covas. Ele avançou sobre os escombros do PT, que não conseguiu convencer Fernando Haddad a se candidatar.

De olho na próxima corrida presidencial, o ex-prefeito recusou os apelos para entrar na disputa. A decisão levou o PT a um fiasco histórico. O candidato Jilmar Tatto ficou em sexto lugar, atrás de um youtuber de direita que atende pelo apelido de “Mamãe Falei”. Freixo e Haddad estão entre os políticos mais preparados de sua geração. Os dois têm razões para reclamar da burocracia partidária, mas precisam refletir sobre os erros de 2020.

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