A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu as investigações sobre a morte dos meninos Benjamim Rodrigues Ribeiro, de 6 anos, e Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 7, que ingeriram um copo de açaí envenenado com chumbinho no bairro Cavalcante, Zona Norte da capital fluminense. O caso, ocorrido há pouco mais de um mês, foi planejado por Rafael da Rocha Furtado, ex-padrasto de Benjamim, com um objetivo que chocou as autoridades e a sociedade.
De acordo com o inquérito, Furtado pretendia envenenar apenas Benjamim, seu ex-enteado. A intenção era resgatá-lo em estado grave e ser visto como um "herói" pela mãe da criança, com quem desejava reatar após o término do relacionamento em julho deste ano. No entanto, o plano desmoronou de forma trágica. Ythallo, que estava com Benjamim no momento em que o açaí foi consumido, também ingeriu o alimento. Como o veneno estava mais concentrado no fundo do copo, Ythallo morreu no mesmo dia, enquanto Benjamim faleceu dias depois, após um quadro de morte cerebral.
Furtado, descrito como possessivo e ciumento, já demonstrava um histórico de comportamento agressivo. Ele chegou a agredir o pai de Benjamim em uma festa familiar, o que resultou no fim do relacionamento com a mãe do menino. O acusado foi preso na semana passada após a Justiça expedir um mandado de prisão preventiva.
O enredo trágico começou a ser desvendado no dia 30 de setembro, quando Ythallo deu entrada na UPA de Del Castilho com vômitos e em estado grave, vindo a falecer. Horas depois, Benjamim foi levado ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, com os mesmos sintomas, mas não resistiu. Inicialmente, os investigadores cogitaram que o envenenamento pudesse estar relacionado à escola dos meninos, mas a hipótese foi descartada ao constatar-se que Ythallo não havia frequentado a instituição nos dias anteriores.
As autoridades confirmaram que Rafael Furtado entregou o açaí envenenado a Benjamim após buscá-lo na escola. No trajeto, Benjamim encontrou Ythallo, que compartilhou o alimento. Poucas horas depois, ambos começaram a passar mal, mas sem fornecer informações que pudessem apontar diretamente para o culpado. Agora, Furtado enfrenta acusações por um crime que abalou a cidade e deixou um alerta sombrio sobre os perigos do ciúme e da obsessão.