O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o único a votar, nesta quinta-feira (20), a favor do afastamento dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino do julgamento que trata da suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. A Corte analisou quatro recursos apresentados pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-ministro Walter Braga Netto e do general da reserva Mário Fernandes. Mendonça foi indicado ao STF por Jair Bolsonaro.
As defesas pediam que Moraes, Dino e o ministro Cristiano Zanin fossem impedidos de participar do julgamento. No entanto, o plenário formou maioria para rejeitar os pedidos: o placar final foi de 9 a 1 para manter Moraes e Dino no caso, e de 10 a 0 para a permanência de Zanin.
Os próprios ministros questionados se declararam impedidos de votar nos processos em que eram alvos diretos das arguições. Nos demais casos, participaram normalmente.
Indicado ao STF pelo ex-presidente Bolsonaro, Mendonça argumentou que Alexandre de Moraes não deveria atuar no processo que investiga um suposto plano golpista envolvendo sua prisão e até sua morte. Já em relação a Flávio Dino, Mendonça defendeu o impedimento com base em uma ação penal movida por Dino contra Bolsonaro em 2021, quando o atual ministro da Justiça era governador do Maranhão. Na época, Bolsonaro o acusou de não mobilizar a Polícia Militar para reforçar a segurança durante uma visita ao estado.
Apesar da divergência, o entendimento da maioria dos ministros prevaleceu, e Moraes, Dino e Zanin seguirão aptos a participar do julgamento.