Desastre: 235 mil peixes mortos no rio Piracicaba. Ajinomoto e Raízen envolvidas

Ministério Púbico investiga as duas empresas sobre o maior desastre ambiental do rio Piracicaba

A multinacional do ramo alimentício responsável pelas marcas como Sazón e Vono, Ajinomoto, entrou no radar das investigações referentes a um derramamento de melaço de cana-de-açúcar que teria matado pelo menos 235 mil peixes no rio Piracicaba. Ocorrido em julho deste ano, foi considerada a maior tragédia ambiental da história do rio.

Agora, o Ministério Público apura se a empresa era uma das destinatárias do melaço produzido pela Usina São José, investigada pelo derramamento. O inquérito também busca esclarecer sobre possíveis relações entre as empresas do Grupo Farias, responsável pela Usina São José, e a Raízen.

“Importante frisar que, por enquanto, é uma linda de desdobramento da investigação. Se houver um contrato de parceria, onde ambas as parceiras assumem riscos, pode haver também a responsabilidade civil de outras empresas”, explicou o promotor Ivan Carneiro Castanheiro, responsável pela investigação que solicitou documentos à Usina São José.

A Raízen não confirmou e nem negou a manutenção de relações com o Grupo Farias e disse que “realiza o monitoramento contínuo de seus fornecedores e sua aderência ao código de conduta da companhia, incentivando a adoção de melhores práticas e respeito total à legislação, a qual, se desrespeitada, pode resultar no encerramento de tal parceria”.

De acordo com um membro da uma organização não governamental, o melaço produzido pela Usina São José seria usado na Ajinomoto de Laranjal Paulista. Este glutamato monossódico, também chamado umami, é fabricado nesta unidade, a 50km de Rio das Pedras, onde está a São José. As empresas negam relação.

Em julho deste ano, a usina foi multada em R$ 18 milhões pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) pela mortandade de 235 mil peixes de espécies diversas. Foram 50 toneladas de animais.