Demagogos e anticristos

Para milhares de féis ao Cristo, a Semana Santa é uma tradição religiosa de revificação da Paixão, da Morte e da ressurreição de Jesus Cristo

Para milhares de féis ao Cristo, a Semana Santa é uma tradição religiosa de revificação da Paixão, da Morte e da ressurreição de Jesus Cristo. Inicia-se no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição, no domingo de Páscoa.

Contudo, é, também, tornado um evento político, em que muitos políticos e gestores públicos aproveitam o período da Semana Santa para distribuir peixes e cestas básicas (pagos com recursos públicos), benesses, bem como proferir heresias, baseados em retóricas, falsas emoções e sentimentalidades ao povo.

Assim, são mentecaptos cheios de verborragia, a propagar o seu falso testemunho de adotar uma vida baseada no “amor de Cristo”. Pois, no cotidiano da vida em sociedade, e principalmente na gestão da coisa pública, agem como uns anticristos, que se escondem na orgia de corrupções, nos desvios de dinheiro público e na conivência de órgãos públicos fiscalizadores.

Ora, viver o “amor de Cristo” é experienciar um amor incondicional, sacrificial e eterno, que se manifesta em ações e atitudes de compaixão, perdão e servir aos outros. Para além da Semana Santa, é um amor que nos impulsiona a viver para Cristo e a amar como Ele amou, buscando a reconciliação com Deus e com o próximo.

Ou seja, os que se valem da corrupção e do enriquecimento ilícito são demagogos e anticristos, que usam a Semana Santa para uma ação política na qual há um o interesse em manipular a massa popular. Isto inclui promessas e trocas que, muito provavelmente, não serão realizadas, pois visam somente a conquista do poder político e as vantagens pecuniárias correlacionadas.

Comumente, as atuações políticas e as gestões dos demagogos e anticristos são retratos de ineficácia, de ilegalidade, de subversão, de nepotismo, de falta de transparência e de ineficiência. Não apenas pela falta do verdadeiro “amor de Cristo”, mas, devido à corrupção.

Durante o período de visitações na Semana Santa, será possível perceber que, a maioria da população dos mais de cinco mil municípios brasileiros sofre com gestões públicas e legislativas incompetentes, mal intencionadas e predatórias – que é refletida na evolução patrimonial individual e familiar dos políticos, antes e depois da gestão ou do mandato.

 Dessa forma, não somente a nível municipal, como também estadual, os políticos demagogos e anticristos usurpam os bens públicos, endividam e comprometem a vida dos munícipes, mergulhando as cidades num caos moral, administrativo e financeiro, com a conivência da maioria das Câmaras Municipais, onde transbordam corruptos disfarçados de representantes do povo.

Desse modo, os demagogos e anticristos usam a Semana Santa não para uma reflexão profunda, mas, como um momento para manipulação política do povo em nome de Jesus Cristo. Utilizando-se de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, que visa um proveito eleitoral sustentado em fé impostora, falácias, hipocrisia, beatice de tolos e uma claque de Judas etílicos.

Logo, os demagogos – uso do poder de natureza tirânica ou imoral exercido em nome das multidões – são anticristos fantasiados de populismo, fingindo amabilidade ao povo e bem querença à coisa pública. São hereges, cujas práticas políticas, os colocam em lado oposto à interpretação da Igreja sobre o amor e a verdade em Cristo.

 Porém, onde houver um povo fiel à autocrítica política e ao bem comum, os demagogos e anticristos não mais irão ruminar no período da Semana Santa nem ressuscitarão nas próximas eleições – como resultado da própria expiação.