CPI: Diretora da Precisa recorre ao STF para evitar prisão em flagrante

Emanuela Medrades se cala, irrita CPI e sessão é suspensa à espera do STF

Foto: TV Senado
Diretora da Precisa se mantém em silêncio

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a audiência de hoje depois que a depoente do dia, Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa Medicamentos, se negou a responder todo e qualquer questionamento do colegiado.

De acordo com informações do UOL, a defesa da funcionária da Precisa chegou a pleitear ao comando da CPI o adiamento da audiência e já havia avisado, antes do início da sessão, que ela ficaria em silêncio total. De acordo com a orientação dos advogados, Emanuela já prestou ontem depoimento à Polícia Federal e, por se considerar membro do rol de "investigados" da comissão, teria o direito constitucional de não produzir provas contra si —ao responder questionamentos referentes a "fatos que a envolvam".

Emanuela Medrades e seus advogados pediram ao STF (Supremo Tribunal Federal) que ela não possa ser presa em flagrante pela CPI da Covid. O pedido foi feito após a comissão questionar ao presidente da Corte, Luiz Fux, se Medrades estaria cometendo crime ao se negar a responder perguntas dos senadores, mesmo aquelas que não a incriminam.

Medrades, que assinou por parte da Precisa o contrato de compra da vacina Coxavin sob investigação da CPI, recebeu de Fux a autorização para ficar em silêncio diante dos parlamentares, mas "exclusivamente" sobre fatos que a incriminassem. Já sobre fatos em que foi apenas testemunha, segundo Fux, Medrades teria o dever de responder às perguntas.

Na sessão de hoje, porém, a diretora da Precisa recusou-se a responder qualquer pergunta, inclusive qual seria seu vínculo empregatício com a empresa. Diante disso, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), enviou um ofício a Fux. No documento, o senador questiona se a conduta de Medrades configuraria crime de falso testemunho ou de desobediência.

Fux ainda não deu resposta no processo. Por telefone, no entanto, ele confirmou à cúpula da CPI que valem os termos definidos em sua decisão de ontem: a diretora da Precisa só pode ficar em silêncio quando isso for necessário para não se incriminar.

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